O Pará, estado que sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), liderou em 2023 o ranking de investimentos sociais realizados na Amazônia Legal. Segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o Pará foi destino de 59% dos recursos aplicados em 67 projetos de impacto positivo, tornando-se o principal polo de ações empresariais voltadas ao desenvolvimento sustentável na região.
O mapeamento feito pelo CEBDS, entidade que reúne grandes empresas comprometidas com a descarbonização, analisou 113 projetos executados por 19 companhias em 98 municípios da Amazônia Legal. A maioria das ações (78%) concentrou-se em três estados: Pará, Amazonas e Mato Grosso.
Entre os objetivos mais frequentes dos projetos estão a emancipação e o fortalecimento de comunidades locais (56% das ações), que representaram 21,5% do total. Em seguida, aparecem educação e capacitação (13%), proteção de direitos humanos (10,8%) e desenvolvimento econômico e negócios (10,8%).
Outro dado relevante é que 66% das ações mapeadas são voluntárias — ou seja, não derivam de obrigações legais ou regulatórias —, demonstrando um avanço estratégico do setor empresarial na agenda ESG. “O protagonismo voluntário revela o amadurecimento do ESG no Brasil e mostra que o setor está disposto a atuar para além da lei, contribuindo com a redução das desigualdades e a promoção da inclusão econômica na região”, destacou Anderson Ignácio, gerente de Natureza e Sociedade do CEBDS.
Protagonismo para a COP30
O desempenho do Pará ganha ainda mais destaque em razão da COP30, marcada para acontecer em Belém em 2025. Com a Amazônia no centro do debate climático global, a liderança paraense reforça o papel estratégico do estado na transição ecológica e na construção de soluções sustentáveis.
O estudo também propõe a criação de um Grupo de Impacto Social na Amazônia, com o objetivo de promover cooperação entre empresas, intercâmbio de experiências e a formação de parcerias que potencializem os resultados.
Oportunidades de crescimento
A análise do CEBDS identificou lacunas importantes. Estados como Acre e Roraima ainda registram baixo volume de investimentos sociais, sendo apontados como áreas estratégicas para expansão. Temas como mudanças climáticas, saúde, cidades sustentáveis e cultura também aparecem com pouca incidência nos projetos atuais, o que abre espaço para diversificação das iniciativas no bioma.



