‘Com certeza eles tinham informações privilegiadas’, diz dono de joalheria furtada em Belém
“Foi uma coisa arquitetada, um plano audacioso. Com certeza eles (os criminosos) tinham informações privilegiadas”. O relato é do empresário Saulo Rodrigues, proprietário da joalheria L’amore, localizada no shopping Boulevard, em Belém, que foi alvo de um furto milionário na madrugada do dia 24 de novembro, orquestrado por três homens. No total, entre peças exclusivas e joias adornadas com diamantes, rubis, ouro e outras pedras preciosas, o valor estimado do prejuízo é de mais de R$ 9 milhões.
Segundo o empresário, as investigações sobre o caso tiveram algumas atualizações nos últimos dias. “Recentemente saiu o resultado do exame papiloscópico, que conseguiu identificar as digitais do criminoso que estava dentro da loja, e também tivemos acesso às câmeras do shopping para saber qual foi a origem do assalto e por onde eles entraram”, disse.
No dia do crime, os bandidos já estavam no shopping e, após as lojas começarem a fechar, por volta das 22h, arrombaram a porta de uma outra loja, entraram no local e, por meio da tubulação, que fica no forro do estabelecimento, um deles conseguiu acessar a joalheria. Ele permaneceu no local por aproximadamente duas horas, e teve tempo suficiente de escolher as mercadorias de maior valor.
Informações privilegiadas
Para Rodrigues, os criminosos não teriam como saber como funciona a tubulação do espaço sem ter acesso a informações privilegiadas. “A tubulação do shopping é muito específica, e não seria uma pessoa sem um conhecimento prévio que iria fazer esse furto sair do papel”, afirma. “Então com certeza teve uma informação privilegiada, e pelo fato de ter tido um acesso entre as tubulações, houve queda, barulho, mas ninguém escutou, nenhum segurança do shopping ouviu”.
O empresário acredita que houve uma falha grave no sistema de segurança do shopping, que segundo ele deveria ter mecanismos para evitar este tipo de ação criminosa. “Não só nós, lojistas, que procuramos um centro comercial como um shopping, no centro da cidade, para ter essa segurança, mas também os próprios clientes que vão fazer suas compras deveriam ter um ambiente seguro. Criminoso roubou quase R$ 9 milhões em joias (Reprodução / Circuito de segurança)
Ele afirma que, como o furto ocorreu nas dependências do shopping, e ele estava fechado, a responsabilidade é do próprio shopping, pois nenhum lojista tem acesso a qualquer loja fora do horário de funcionamento, sem que haja comunicação prévia à administração. “Isso mostra que o shopping tem controle sobre os fluxos internos de suas dependências, ou deveria ter. A minha loja não foi invadida pela porta da frente, mas sim pelas dependências do shopping, e eles facilitaram de algum modo, ou por negligência ou imperícia de algum funcionário”, reclama.
Loja não possuía seguro
Saulo Rodrigues afirma ainda que a sua joalheria não possuía nenhum tipo de seguro que pudesse garantir o ressarcimento do prejuízo causado pelo furto milionário. “Hoje, a maior parte dos lojistas do Boulevard não tem seguro. Qualquer loja está sujeita a furtos. A gente paga um condomínio altíssimo, e nesse condomínio está inclusa a segurança”, diz.
Agora, o empresário diz que vai continuar colaborando com as investigações e cobrando agilidade das autoridades, para que o caso seja solucionado o mais rapidamente possível. “As investigações estão acontecendo de forma sigilosa, mas estão fluindo. Agora, fica a cargo da polícia solucionar o caso”, finaliza.
A reportagem solicitou nota ao Boulevard Shopping sobre as críticas à sua segurança, mas até a publicação desta matéria, não obteve resposta.
Fonte O Liberal