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Com 25 mortos, operação no Jacarezinho se torna a mais letal da história no Rio de Janeiro

Depois de levar pânico aos passageiros do metrô que passavam pela estação de Triagem na manhã desta quinta-feira, 6, a operação policial realizada na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, se tornou a mais letal da história do cidade. A ação deixou 25 pessoas mortas, entre elas um policial civil e, até o fim da tarde desta quinta-feira, ainda seguia em andamento.

O levantamento foi feito pelo portal G1 com informações do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da plataforma Fogo Cruzado.

Ação que deixou 25 mortos é ‘desastrosa’, diz especialista. Polícia diz que 24 eram suspeitos, mas não deu detalhes sobre quem eles são e o que faziam ao serem baleados, a 25ª vítima é policial.

Antes desta operação na favela do Jacarezinho, a ação policial mais letal tinha acontecido em 2007, quando 19 pessoas foram mortas no Complexo do Alemão.

A operação desta quinta-feira, 6, intitulada de Exceptis, apura o aliciamento por parte do tráfico de drogas de crianças e adolescentes para a realização de ações criminosas, como assassinatos, roubos e até sequestros de trens da SuperVia.

Segundo a Polícia Civil, os criminosos locais adotam táticas de guerrilha, com a utilização de armas pesadas e “soldados fardados”.

Um dos mortos foi o policial civil André Leonardo de Mello Frias, da Delegacia de Combate à Drogas (Dcod). A Polícia Civil diz que os outros 24 assassinados eram criminosos, mas não revelou as identidades ou as circunstâncias em que foram mortos.

O delegado Ronaldo Oliveira nega que tenha havido execução. “Para deixar bem claro: quem não reagiu, foi preso. Ou foi preso ou fugiu”.

Em nota, a Polícia Civil disse que fez uma operação contra o crime organizado e que comunicou o Ministério Público sobre a ação, como determina o Supremo Tribunal Federal (STF).

Desde junho do ano passado, o STF suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, com o Ministério Público sendo avisado.

“Temos uma cadeia de responsabilizações que precisa ser apurada. Se trata de uma operação policial, um caso gravíssimo de violência de Estado. Não é grupo de extermínio, maus policiais, milicianos. É uma operação autorizada pelas autoridades. E tudo isso em um momento em que há a determinação de suspensão das operações policiais nas comunidades pelo Supremo Tribunal Federal”, diz o especialista.

Em nota, o MP informou que foi comunicado “logo após o seu início, sendo recebida às 9h”. A operação, segundo o MP, foi feita para cumprir prisão preventiva e buscas e apreensão contra traficantes. Até 17h10 tinham sido apreendidos:

  • 16 pistolas
  • 6 fuzis
  • 12 granadas
  • 1 submetralhadora
  • 1 escopeta
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