A cidade de Maceió, em Alagoas, está vivendo momentos de tensão com o risco iminente de colapso na Mina 18, operada pela Braskem. O caso tem mobilizado autoridades locais, a Defesa Civil e a população diante da possibilidade de um desastre urbano sem precedentes. Aqui está o que se sabe sobre o incidente até o momento.
Situação atual da Mina 18
De acordo com a Defesa Civil, a área da Mina 18, até o momento, apresentou um afundamento do solo a uma velocidade preocupante de aproximadamente 2,6 centímetros por hora. Até o meio-dia da última sexta-feira (1º), o deslocamento vertical acumulado já atingia 1,42 metro, indicando uma situação crítica.
A prefeitura de Maceió tomou medidas drásticas ao instalar um gabinete de crise na quarta-feira (29), após intensificação de tremores de terra nas proximidades da mina. O prefeito JHC classificou a situação como a “maior tragédia urbana do mundo”, enquanto o governo federal decretou estado de emergência na cidade.
Alertas e medidas preventivas
Moradores da região do bairro Mutange, próximo à mina, receberam alertas da Defesa Civil por SMS, instruindo evacuação imediata. O governo de Alagoas, por meio das redes sociais, divulgou um guia de segurança para a população, detalhando medidas a serem seguidas antes e após um possível colapso.
A prefeitura de Maceió está implementando ações emergenciais, incluindo o acolhimento facultativo de residentes em áreas de risco em escolas municipais. Kits com itens essenciais serão distribuídos, visando atender às necessidades básicas dos afetados.
Causas do afundamento do solo
A instabilidade do solo é atribuída à atividade de mineração da Braskem em 35 minas na região. A extração inadequada de sal-gema pela empresa até 2019 é apontada como a principal causa do colapso iminente. A pressão causada pela exploração do sal-gema foi associada ao aumento do lençol freático, resultando no afundamento do solo.
Responsabilidade e críticas à Braskem
Tanto o prefeito JHC quanto o governador Paulo Dantas responsabilizam a Braskem pela situação, destacando a exploração predatória que perdurou desde a década de 1970. A falta de fiscalização adequada e o impacto na comunidade são aspectos enfatizados pelos líderes locais.
A Braskem, por sua vez, afirma que está monitorando a situação da Mina 18 e que o movimento do solo permanece concentrado nessa área específica. Um ofício da empresa menciona a alta probabilidade de colapso, com uma escala de 0 a 1 atingindo 0.8.
Ação judicial e suspensão de atividades
A Justiça Federal de Alagoas aceitou um pedido de tutela de urgência contra a Braskem pelos danos causados em Maceió. O valor da causa é de R$ 1 bilhão, e a empresa foi intimada a tomar medidas pertinentes nos prazos legais.
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União solicitou a suspensão imediata de todas as atividades de exploração mineral em Maceió, destacando a necessidade de medidas emergenciais para minimizar os danos à população.
A resposta do Governo Federal
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo federal está acompanhando de perto a situação. Os ministérios de Minas e Energia, Transportes e Integração e Desenvolvimento Regional estão monitorando a área, buscando minimizar os danos e garantir a segurança da população.
Conclusão incerta e desdobramentos futuros
O colapso iminente na Mina 18 em Maceió é uma grave ameaça à comunidade local, gerando uma complexa situação socioambiental. A Braskem enfrenta não apenas desafios judiciais, mas também uma profunda reavaliação de suas práticas de mineração e responsabilidade ambiental.



