Por Eduardo Cunha
Ainda outro dia vi um vídeo do governador Helder Barbalho saboreando um espetinho de gato na Terra Firme. Pensei cá com meus botões: dado o status do “gov”, deve ser no mínimo um gato siamês.
Confesso que me imaginei no Lago Azul, naquela piscina de águas cristalinas, degustando um felino e sendo perguntado pelo chef sobre o ponto da carne. Eu responderia: “Obrigado, vou ficar só com as azeitonas e o queijo em cubinhos, sou vegano.”
Mentira, claro. Sou capaz de devorar um boi inteiro, ainda vivo, se for necessário. Contudo, felinos ainda não fazem parte da minha dieta.
Reconheço que já estive no Mangueirão durante um clássico Re x Pa e provei a famosa iguaria da casa, o gato grill com farinha da baguda, quem nunca? Um prato que, por precaução, comemos sem encostar a colher na boca. Vai saber, não é mesmo?
Mas alguém com TDAH e tendências a devaneios, me peguei imaginando situações hipotéticas e recordei outro vídeo em que Jader Barbalho, conhecido carinhosamente como “Barbalhão”, degustava um churrasco em Miame, servido de maneira extravagante pelo chef em sua boquinha.
Opa, aquele “churras” sim valia a pena. Cada peça custava em torno de R$ 1.200,00, e um corte de wagyu striploin premium, pasmem, é revestido com ouro 24 quilates. Isso sim é ostentação. Até o pum deveria sair cheiroso e com purpurinas douradas.
Agora, meu sonho gastronômico elevou-se a um outro nível: ao invés de perguntar se quero gordura ou não, o garçom me perguntaria: “O senhor prefere a picanha de 18 ou 24 quilates?”
Chamem de “rebordosa” ou “bad trip”; mas o certo é que tal fantasia, embora inusitada, me gerou um certo desconforto. Daí veio a epifania, a ideia salvadora.
Ora, basta eu esperar o período de eleições acabar, afinal o espetinho de gato ou a picanha de ouro, no fundo, no fundo, só dependem disso.
Então, que venha a COP 30 e a picanha de ouro… pelo menos em nossa imaginação.
