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Casas ecológicas nas ilhas de Belém serão construídas com tijolos feitos de caroço de açaí

O Governo do Pará, por meio da Companhia de Habitação (Cohab), iniciou a construção de 45 casas ecológicas na região das ilhas de Belém utilizando mais de 150 mil tijolos produzidos a partir do caroço de açaí. As unidades integram o projeto “Sua Casa COP30 Sustentável”, voltado a soluções habitacionais de baixo impacto ambiental e adaptadas ao modo de vida ribeirinho.

Segundo a Cohab, o uso de tijolos ecológicos deve reduzir em cerca de 28 toneladas as emissões de CO₂, já que o material é do tipo solo-cimento e dispensa queima. Parte das casas será erguida no modelo palafita, considerando as características do território e o padrão vernacular da arquitetura amazônica.

Cassiano Figueiredo Ribeiro, economista responsável pelo projeto, explica que as novas moradias integram conceitos do Minha Casa, Minha Vida com adaptações regionais. As unidades sustentáveis possuem 18 m² e funcionam como um cômodo adicional às famílias beneficiadas, podendo inclusive fortalecer iniciativas de turismo de base comunitária.

A obra contará com Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis), garantindo apoio de arquitetos, engenheiros e assistentes sociais durante todo o processo. Para beneficiários como Adriele Mota, moradora da Ilha do Combu, a iniciativa representa a realização do sonho da casa própria.

O engenheiro da Cohab, Sérgio Soares, destaca que o projeto alia identidade amazônica e inovação. Além dos tijolos de açaí, as casas terão telhas ecológicas, isolamento térmico e acústico, e até biodigestores, que transformam resíduos orgânicos em biogás e biofertilizante. O tijolo ecológico também reduz o consumo de materiais como água (90%), cimento (80%), ferro (50%) e elimina o uso de madeira.

O presidente da Cohab, Manoel Pioneiro, afirma que a iniciativa é parte do reposicionamento da Companhia diante da agenda climática e chega como um legado inspirado pela COP30. O projeto é realizado em parceria com a Coopmic e a Central de Movimentos Populares, que atuam na construção das primeiras unidades do Minha Casa, Minha Vida feitas em madeira no padrão ribeirinho.

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