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Candidatura de Éder Mauro (PL) nacionaliza eleição em Belém e incomoda PT e MDB

Deputado federal enfrenta resistência da ala ambientalista em meio à preparação para a COP30.

A pré-candidatura do deputado federal Éder Mauro (PL-PA) à Prefeitura de Belém gerou preocupação entre integrantes da ala ambiental dos governos Lula (PT) e Helder Barbalho (MDB), especialmente devido à realização da COP30, a conferência mundial para o clima da ONU, prevista para ocorrer na capital paraense em 2025.

Lançado oficialmente no final de semana em um evento com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro lidera as pesquisas preliminares e é conhecido por suas críticas às operações contra crimes ambientais e por minimizar as previsões sobre o aquecimento global. Deputado da bancada do garimpo, Mauro tem como uma de suas principais bandeiras a segurança pública e não esconde seu histórico como delegado da Polícia Civil, afirmando ter matado “muita gente” em operações contra criminosos.

Em sua campanha, Mauro afirma que pretende utilizar os recursos da COP para investir em turismo e infraestrutura, admitindo não ser “adepto” das pautas ambientais discutidas na conferência. “Acredito que, por uma questão formal, o prefeito tem que estar presente. Queiram eles ou não, vão ter que convidar o prefeito. Eu vou sentar para conversar para tratar o assunto”, afirmou.

No Congresso, Mauro protagonizou diversos confrontos com parlamentares de esquerda, incluindo uma recente disputa com André Janones (Avante) no Conselho de Ética, que levou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a mudar o regimento para punir esse tipo de comportamento.

A candidatura de Mauro representa um desafio tanto para o presidente Lula quanto para o governador Helder Barbalho, um dos principais aliados do petista. A escolha de Belém como sede da COP30 foi um trunfo de Lula na agenda ambiental e internacional, destacando a Amazônia em negociações com a ONU.

Desde que Belém foi oficialmente escolhida como sede da COP30, a cidade recebeu eventos importantes, como a cúpula de países amazônicos e a visita do presidente francês, Emmanuel Macron. A presença de Éder Mauro na disputa eleitoral aumenta a importância nacional do pleito.

O lançamento oficial da pré-candidatura de Mauro contou com a participação de Jair Bolsonaro, que ressaltou a importância das eleições municipais para o cenário político nacional. “Para chegar em 2026, temos que passar por 2024”, disse o ex-presidente, referindo-se às eleições presidenciais de 2026.

A eleição municipal em Belém promete ser mais um capítulo na disputa entre Lula e os Barbalho, de um lado, e Bolsonaro, do outro. Em 2022, Helder Barbalho foi reeleito no primeiro turno contra o bolsonarista Zequinha Marinho (Podemos-PA), agora um dos principais aliados de Mauro. Na eleição municipal anterior, Edmilson Rodrigues (PSOL), apoiado por Lula, venceu no segundo turno com uma margem apertada.

Atualmente, a popularidade de Rodrigues está em baixa, principalmente devido à crise na coleta de lixo. Nas pesquisas preliminares, ele aparece em terceiro lugar, atrás de Mauro e de Igor Normando (MDB), ex-secretário estadual apoiado por Barbalho. A equipe de Barbalho acredita que Normando crescerá com o apoio do governador.

Mauro se prepara para enfrentar uma possível união entre petistas e emedebistas, comparando a situação ao crescimento da extrema direita na União Europeia. Ele também defende a exploração do turismo no arquipélago fluvial da região insular de Belém, que abriga comunidades tradicionais e a turística ilha do Combu.

Sobre a COP30, Mauro expressa um duplo posicionamento: como deputado, ele se mostra indiferente às questões climáticas, mas como candidato, vê a conferência como uma oportunidade de atrair recursos para Belém. Ele também critica a capacidade da cidade para receber o evento, sugerindo a utilização de cruzeiros de luxo e aluguéis por temporada para hospedar os participantes.

Em relação às enchentes que ocorrem em Belém, Mauro descarta a relação com o aquecimento global e o desmatamento, atribuindo o problema à falta de limpeza dos canais e reformas nas comportas.

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