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Breves tem o 2º pior índice de alfabetização entre cidades brasileiras de médio porte, revela IBGE

A pesquisa de Alfabetização da População Brasileira realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no Censo 2022 revelou dados preocupantes sobre a alfabetização no Marajó, no Pará. Breves, a maior cidade do Marajó, tem o segundo maior percentual de pessoas não alfabetizadas entre os municípios brasileiros com população entre 100 mil e 500 mil habitantes.

Segundo a pesquisa, 18,4% da população de Breves, o que equivale a 20.217 pessoas, não são alfabetizadas, em um total de 106.968 habitantes. No ranking das 17 cidades que compõem a Região de Integração do Marajó, Breves ocupa a 6ª posição.

A situação é alarmante para o Marajó, pois quatro das dez cidades do Pará com maior percentual de pessoas não alfabetizadas estão no arquipélago. Em contrapartida, apenas uma cidade marajoara está entre as dez com os melhores índices de alfabetização no estado.

Anajás lidera entre as cidades marajoaras com o maior percentual de não alfabetizados, com 22,58% da população. No Pará, Anajás só fica atrás de Nova Esperança do Piriá, que tem 22,93% de pessoas não alfabetizadas.

Outras cidades marajoaras com altos percentuais de não alfabetizados incluem Afuá com 22,02% (3ª no Pará), Portel com 20,55% (5ª no Pará), e Melgaço com 19,88% (9ª no Pará).

Problema crônico no Marajó

O problema na educação marajoara vem sendo acompanhado pelo Tribunal de Conta dos Municípios. Em 2022 (mesmo ano do Censo) o TCM-PA entregou o relatório técnico que elaborou nos 17 municípios da Região de Integração do Marajó com aspectos preocupantes em relação ao analfabetismo, cumprimento do calendário letivo, além do transporte e alimentação escolar.

Ao todo, foram visitadas mais de 130 escolas nas zonas urbana e rural e conversado com autoridades, trabalhadores do ensino municipal e com a população para conhecer a realidade e elaborar diagnósticos completos da educação na região, nas primeiras etapas do projeto “Fortalecimento da Educação nos Municípios do Pará”.

Essa análise permitiu que membros e a equipe técnica do Tribunal elaborassem 17 relatórios que foram entregues aos prefeitos, presidentes de câmaras e secretários de educação dos municípios marajoaras, além de um relatório com dados gerais consolidados sobre a região.

O Marajó é a primeira região a receber o projeto do TCM em decorrência dos índices educacionais apresentados, conforme pesquisas de organizações governamentais e não governamentais. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ano base 2021, a rede pública municipal de ensino dos 17 municípios do Marajó tem 1.255 escolas, sendo 143 (11,4%) unidades escolares na zona urbana e 1.112 (88,6%) unidades escolares na zona rural para atender 172.573 alunos matriculados. Deste total, 68.722 (39,8%) alunos estão nas escolas da zona urbana e 103.851 (60,2%) estão nas escolas da zona rural.

O Marajó enfrenta sérios problemas na educação, destacando a necessidade urgente de um projeto na região. O abandono escolar nas séries iniciais é muito alto: 3,2 no Marajó, comparado a 1,7 no Pará e 0,5 no Brasil. Nas séries finais, o problema é ainda pior, com quase 8 no Marajó, contra 4,5 no Pará e 1,9 no Brasil.

O relatório do TCM sobre a educação no Marajó revela que 88% dos municípios da região não utilizam planejamento na gestão educacional, e durante a pandemia de Covid-19, todos os municípios mostraram baixo rendimento, com alguns registrando queda no número de matrículas. Além disso, nenhum município do Marajó possui estratégias para reduzir a taxa de analfabetismo e a distorção entre a idade dos alunos e a série em que estão matriculados.

Com informações Notícia Marajó

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