No cenário atual, sem novas descobertas de reservas de petróleo, o Brasil enfrenta a possibilidade de ter que importar petróleo a partir de 2033, caso decida abrir mão da exploração na região da foz do Amazonas. O país é atualmente autossuficiente na produção de petróleo, com uma produção diária de 3 a 4 milhões de barris, o que atende à demanda doméstica. No entanto, as reservas nos campos do pré-sal estão previstas para entrar em declínio a partir de 2029.
Recentemente, a Petrobras reapresentou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) um pedido de licenciamento ambiental para a perfuração de um poço de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. O pedido foi negado anteriormente, mas a empresa busca retomar o processo para avaliar o potencial das reservas na região.
A exploração na foz do Amazonas tem sido alvo de polêmica devido ao risco ambiental envolvido, devido à proximidade com a Floresta Amazônica. Enquanto alguns defendem o projeto como uma oportunidade de manter a autossuficiência energética do país e impulsionar sua transição energética, outros argumentam que o petróleo como fonte de energia está perdendo força nesse processo de transição.
Especialistas em energia destacam que a redução significativa da dependência de petróleo só ocorrerá a partir de 2040, e que as reservas na Margem Equatorial, que são estimadas em 10 bilhões de barris, podem ser consideradas um novo pré-sal. No entanto, o debate sobre a exploração nessa região ainda divide o governo brasileiro, com ministros apresentando visões divergentes sobre o assunto.
Enquanto a Petrobras busca se adaptar à transição energética, com investimentos em energias renováveis e tecnologias disruptivas, a empresa enfrenta a necessidade de abrir novas frentes de trabalho para manter os níveis de produção. Ambientalistas argumentam que investir em fontes sustentáveis de energia é essencial e que a dependência contínua de combustíveis fósseis pode desestabilizar a produção global.