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Bora Belém, ar condicionado nos ônibus e um dilema

PT e Psol votam contra o valor fixo do Bora Belém em R$ 450,00

É fácil pedir a melhor comida do cardápio quando se está em um aniversário de um amigo e não é você que está colocando a mão no bolso. Muitos esquecem de suas preferências e olham logo o prato mais caro do menu

É que é fácil esbanjar com o dinheiro dos outros.

Guardando as devidas proporções, essa situação parece se enquadrar perfeitamente com a oposição e situação, em Belém. PT e PSOL, que há algum tempo são oposição, têm se acostumado em ser demasiadamente “generosos” em suas votações, às vezes sem pensar nos custos que vão trazer e se haverá dinheiro suficiente ou não para paga-las, ou seja, agindo como o convidado do aniversariante.

Se lhes questionassem o porquê de tamanha “prodigalidade”, dirão ser por causa do socialismo, que colocam a solidariedade em primeiro plano, e etc.. Dito assim até lhe convence.

O caso mais evidente desse esbanjamento foi na votação para obrigatoriedade de a Prefeitura de Belém colocar ar condicionado em toda frota de ônibus da capital paraense.

Por óbvio, PT e PSOL votaram a favor e deflagraram um verdadeiro levante da população quando a Câmara Municipal de Belém votou contra.

A imagem dos vereadores e seus votos foi divulgada nas redes sociais como se tratasse da de condenados perseguidos pela justiça.

A Prefeitura Municipal de Belém argumentava que não poderia arcar com os custos dessa medida.

Pois bem, o tempo passou e quem está no poder agora é justamente o PT e PSOL, “os que têm socialista no nome”, “os que priorizam a solidariedade e os mais pobres” etc. Qual foi a nossa surpresa quando foi apresentada emenda para alterar o valor ajustável de até R$ 450,00 para o valor fixo de R$ 450,00, aliás como havia prometido nas eleições de 2020 pelo prefeito Edmilson Rodrigues. PT e PSOL votaram contra.

Para onde foi aquela balela de o melhor para o povo? Parece só existir no bolso dos outros. Socialismo para você, capitalismo para mim, como diz o meme das redes sociais ironizando os partidos de esquerda.

Engodo – O tempo vai passando e, independentemente de o programa ter sido aprovado, vai ficando mais claro que o Bora Belém foi feito “nas coxas” para vencer as eleições de 2020.

Ora, já se questiona como a Prefeitura irá ter recursos para pagar o auxílio, Mas o que ninguém duvida é que, sem o Governo do Estado, isso jamais poderia acontecer.

Ou Edmilson e Helder já haviam pensado o programa juntos, e fica a pergunta “por que esconder a parceria”? Ou Helder veio para socorrer Edmilson, que ficaria em maus lençóis caso não aprovasse o Bora Belém e o programa não passou de um engodo para ganhar as eleições.

As críticas – As críticas que a oposição lança sobre o programa têm a ver com a transparência e as fontes de recurso da Prefeitura. O projeto original trata do remanejamento, porém de forma nebulosa, ou seja, sem explicar de que áreas e quais valores serão remanejados de cada área.

Por outro lado, não informa quais os critérios para que os munícipes possam receber, quem vai receber, se é mulher branca, preta, parda, se é mãe solteira que não tenha recebido algum benefício do Governo Federal ou Estadual, se sofreu violência doméstica ou não.

Por último, não prevê a fiscalização por órgãos externos, mas deixa esta competência apenas para um “conselho” a ser criado pela própria Prefeitura. Também não prevê que os dados do programa sejam todos repassados ao Portal da Transparência.

Por Eduardo Cunha

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