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Boné do MST vira acessório burguês

Em festivais de música – onde um ingresso é caríssimo -, artistas globais, modelos, chefs de restaurantes, celebridades de Instagram, jovens de classe média alta, lá está ele, o famoso chapéu vermelho com a logo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

A discussão sobre esse assunto foi parar no Twitter, local onde a esquerda tem predomínio. Uma usuário fez uma thread criticando o uso entre os jovens do acessório em eventos como festas e baladas. Após a repercussão, no entanto, a postagem foi apagada.

Segundo a crítica, o uso do boné banalizaria o movimento social, a partir do momento em que começasse a ser utilizado por uma parte da população que, teoricamente, não faz parte de fato do ativismo político e social brasileiro.

O item, vendido oficialmente por R$ 25 no site do Armazém do Campo (loja vinculada ao MST) e disponível na cor vermelho e preto, virou pauta inclusive de publicações feitas pelo próprio movimento, que afirmou que os bonés não só podem, como devem, ser usados de forma ampla.

“Há anos, a direção do movimento nem sequer podia usar qualquer coisa com a simbologia por razões de segurança. Então, quando a gente está vestindo qualquer coisa do MST, seja boné ou blusa, é um ato de subversão, e também de mostrar que esse movimento não é terrorista ou algo do tipo”, diz Laura Sabino, historiadora e produtora de conteúdos sobre política, em gravação compartilhada pelo Movimento Sem Terra.

Esses argumentos foram complementados por Kelli Mafort, da direção nacional do MST: “Nós nos orgulhamos quando vemos pessoas que não são do MST utilizando os nossos símbolos, nossos bonés, camisetas e bandeira. Sabemos que utilizar esses símbolos é assumir um compromisso na sociedade e dizer ocupa tudo, é dizer pedagogicamente que as conquistas só são arrancadas através da luta e da organização”, disse ele em publicação feita no canal de notícias do próprio movimento.

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