
O jornalista esportivo Benjamin Back, um dos nomes mais respeitados do futebol brasileiro, teve uma experiência emocionante em sua passagem por Belém. Além de cobrir a transmissão do primeiro clássico Re-Pa do Parazão 2025, Benja aproveitou a viagem para se conectar com suas raízes e conhecer o local onde seus avós viveram após fugirem do Holocausto.
Os avós do apresentador eram judeus poloneses que imigraram para Belém fugindo da perseguição nazista. Na capital paraense, encontraram acolhimento e recomeçaram a vida. Durante sua visita, Benjamin esteve na rua Aristides Lobo, no bairro da Campina, onde sua mãe e seus tios viveram na infância.
“Enfim conheci a rua onde minha mãe e meus tios moravam aqui em Belém! Muita história, família de judeus fugindo do Holocausto, saindo da Polônia e sendo recebida de braços abertos por esse povo maravilhoso!!!”, escreveu Benja em suas redes sociais.
Além de revisitar a história de sua família, o apresentador também conheceu a Sinagoga Shaar Hashamain, a mais antiga em funcionamento no Brasil. O templo, fundado no século XIX, foi frequentado pelos avós de Benjamin Back e permanece como um dos marcos da comunidade judaica no Pará.
“Mais um pouco da emoção aqui em Belém do Pará! Essa é a maravilhosa sinagoga que meus avós frequentavam há 80 anos quando chegaram aqui, e está super bem conservada!”, declarou.




A presença judaica na Amazônia
A comunidade judaica do Pará tem uma das histórias mais antigas do Brasil. Depois da primeira organização comunitária em Recife, durante o período colonial, Belém se tornou o segundo grande centro judaico do país, com a chegada de imigrantes marroquinos a partir da década de 1820.
Com a Abertura dos Portos, em 1808, o Brasil passou a permitir maior liberdade comercial e religiosa, incentivando a chegada de estrangeiros. No século XIX, muitos judeus vieram para a região atraídos pelo ciclo da borracha e pelas possibilidades comerciais na Amazônia.
Em 1824, foi fundada a Sinagoga Shaar Hashamain, que se tornou um ponto central para a comunidade. Mais tarde, em 1918, surgiram instituições como o Centro Israelita do Pará e a escola Dr. Weizman, reforçando a presença cultural e educacional judaica na região.
Atualmente, a comunidade judaica de Belém é composta por cerca de 450 famílias, incluindo descendentes dos primeiros imigrantes sefarditas marroquinos e dos judeus ashquenazitas da Europa Oriental, que chegaram em períodos posteriores.