Em nota publicada no fim da noite desta sexta-feira, 29, o procurador geral da República, Augusto Aras, manifestou “desconforto” com a citação do seu nome para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na quarta-feira, 27, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que poderia indicar o procurador geral para ocupar uma cadeira na Corte.
Ao classificar a atuação do Procuradoria Geral da República (PGR) como “excepcional”, o mandatário disse que “o nome de Augusto Aras entra fortemente”, caso apareça uma terceira vaga – até 2022, os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello deixarão a Corte.
Nesta quinta-feira (28), Bolsonaro tentou atenuar a repercussão negativa da declaração e escreveu, em suas redes sociais, que não cogita indicar o procurador geral para uma dessas duas vagas.
Nota – “O procurador geral da República, Augusto Aras, manifesta seu desconforto com a veiculação reiterada de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Conquanto seja uma honra ser membro dessa excelsa Corte, o PGR sente-se realizado em ter atingido o ápice de sua instituição, que também exerce importante posição na estrutura do Estado”, diz nota publicada no site da PGR.
“Aras reitera que seu compromisso é com a atuação na chefia do Ministério Público Federal”, complementa o texto.
Na nota, Aras afirma que ao aceitar a nomeação teve o propósito de “melhor servir à pátria, inovar e ampliar a proteção do Ministério Público Federal e oferecer combate intransigente ao crime organizado e a atos de improbidade que causam desumana e injusta miséria ao nosso povo”.
Pressão – Aras vem sendo alvo de críticas internas no MPF por tomar medidas consideradas “pró-governo”, como o pedido, feito na quarta-feira, para o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o inquérito das fake news, que atinge políticos, empresários e blogueiros bolsonaristas.
Por outro lado, os acenos de Bolsonaro a Aras fizeram aumentar o ritmo de adesões ao manifesto dos procuradores da República, lançado no último dia 27 pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), pedindo independência do Ministério Público Federal (MPF).
Fonte: jornal O Tempo