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Anunciada a criação do Museu das Amazônias em Belém

Nesta segunda-feira (10), o CAF, o governo do Pará e o BNDES lançaram a criação do Museu das Amazônias, que será sediado em Belém, em preparação para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em 2025. O anúncio foi feito em um evento no BNDES, com a presença do presidente-executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados, que revelou a doação de R$ 4,25 milhões (US$ 800 mil) para estudos técnicos. Esses recursos vão apoiar o governo do Pará no desenvolvimento dos projetos executivos necessários para a construção do museu, assegurando qualidade técnica e critérios de sustentabilidade.

“Estamos dando o primeiro passo para a implementação deste importante espaço, que será um dos principais legados da COP 30. O museu vai muito além de ser um espaço tradicional, sendo um local de informação, capacitação e educação sobre a riqueza e complexidade da Amazônia, que é essencial para a biodiversidade e sustentabilidade climática global. Com esses recursos iniciais, faremos a iniciativa decolar, com o apoio do BNDES e outros parceiros”, afirmou Díaz-Granados.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, informou que a pedra fundamental do Museu das Amazônias será lançada no dia 8 de julho, em Belém, e que a inauguração está prevista para outubro de 2025, um mês antes da COP 30. Ele destacou a parceria com o Instituto Cultural Vale e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outros. “Hoje é um dia especial para a cultura do Pará, pois iniciamos a implementação do museu com a cooperação do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) e outros parceiros”, declarou Mercadante.

O governador do Pará, Helder Barbalho, destacou que o Museu será instalado no Porto do Futuro II, atualmente em processo de revitalização com apoio do Instituto Cultural Vale. “Essa iniciativa será um importante processo educativo e pedagógico para os povos da Amazônia”, afirmou Barbalho.

O Museu das Amazônias

Os recursos doados pelo CAF serão destinados ao desenvolvimento de programas de investigação, inovação, desenvolvimento tecnológico e de conhecimentos tradicionais locais e ancestrais, conforme os conceitos programáticos do museu. Haverá também a criação de um Plano Museológico e programas de capacitação para docentes e investigadores, além de redes colaborativas entre atores-chave, promovendo o intercâmbio de experiências e a criação contínua de práticas educacionais e científico-culturais relacionadas à Amazônia.

O museu foi idealizado para ser um espaço inclusivo, abrangendo povos de territórios da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O conceito é de um museu vivo, com atividades e experiências interativas, gerando e compartilhando conhecimento científico, inovação, desenvolvimento tecnológico e saberes tradicionais, comprometido com a sustentabilidade socioambiental e a diversidade biológica e cultural.

Eixos Temáticos do Museu

Quatro eixos temáticos estruturam o conceito do museu:

  1. Amazônia Milenar – Focando na sabedoria e cosmogonia ancestral, fortalecendo os povos indígenas e promovendo a vida em harmonia.
  2. Amazônia Secular – Olhando para os povos ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, seringueiros, pescadores e outros grupos que ocupam a região há séculos.
  3. Amazônia Degradada – Considerando a degradação e perda ambiental que agravam os riscos para a região e o mundo.
  4. Amazônias Possíveis – Debatendo futuros possíveis para a Amazônia e como alcançá-los.

Esses eixos estão alinhados com as políticas dos países amazônicos, a Declaração de Belém, o Plano de Ação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e o Plano de Ação Crítica do CAF, apresentado na COP 28 em Dubai, para uma Amazônia sustentável, inclusiva e resiliente.

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