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Antiga Estação Ferroviária de Icoaraci é entregue como novo espaço multicultural

Um novo local para fruição das mais variadas formas de arte. Assim foi entregue à população pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a Estação Cultural de Icoaraci, antiga Estação Pinheiro. A reabertura do lugar como reduto da cultura icoaraciense ocorreu na sexta-feira, 14, e contou com a abertura da exposição “Sentido Expresso”, que reuniu obras de oito artistas locais, entre desenhos, fotografias e pinturas.

Para a produtora da exposição, Alda Piani, ver a Estação reaberta é a realização de um sonho de 30 anos. “Nossa produção enquanto artistas sempre esteve ligada à luta pelo tombamento deste prédio. Depois que foi restaurado, em 2018, ficamos esperando abrirem para uso dos artistas, o que não aconteceu. Até que a Secult propôs que fizéssemos um plano de uso para o espaço. Nele, incluímos o caráter multicultural para que englobasse todas as artes desenvolvidas em Icoaraci” explica Alda.

“Queríamos mostrar como era essa relação do distrito com a arte, e a Estação Cultural vai possibilitar essa visibilidade. É uma grande conquista estarmos aqui dentro compartilhando este espaço e este momento”, conclui a produtora.

Exposição – O curador da exposição, Werner Souza, conta como foi o processo de seleção das primeiras obras a serem expostas. “Quando recebemos o convite pra montar essa exposição, fiquei muito feliz, não apenas por conhecer a riqueza artística de Icoaraci, mas por saber que esses trabalhos iriam marcar uma nova era para a cultura do distrito. São oito artistas, entre desenhistas, pintores e fotógrafos, que têm uma identidade com Icoaraci e refletem essa ludicidade e contemporaneidade da realidade local, do nosso cotidiano. Fazer essa curadoria foi uma missão desafiadora, mas poder trazer essas obras para um espaço multicultural como esse é a realização de um sonho para os artistas da terra. Sem dúvida, uma experiência maravilhosa”, destacou, emocionado.

Estação – A Estação Cultural tem cozinha, salas para prática artística e de administração, palco, camarim, banheiros e nove barracas para feirinhas, três de alimentos e seis para artesanato. O diretor de Economia da Secult e responsável pelo local, Stefani Henrique, explicou que o uso da Estação pela comunidade será em forma de rodízio.

“Vamos continuar promovendo exposições, que vão mudar a cada 30 dias, para que a gente possa potencializar a produção e dar visibilidade do trabalho desses profissionais. Assim, a partir de agora, os artistas interessados em expor seus trabalhos ou comercializar seus produtos podem vir aqui se cadastrar com a gente e nós faremos a curadoria, pois somente podem ser cadastrados produtos artesanais, não industrializados”, esclareceu.

“Hoje a antiga Estação Ferroviária ganha um nome novo e uma ocupação híbrida, que trará não só espaço para a comercialização do trabalho das artesãs e artesãos e da cultura alimentar, mas também difusão da produção cultural e artística da Vila. Icoaraci pulsa cultura. A cada esquina existe um coletivo, uma associação, um grupo de práticas culturais, e agora eles poderão ter um lugar para impulsionar essa criatividade e os sabores regionais”, comentou a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, durante a reabertura.

Rosemaria Pereira, de 53 anos, foi uma das primeiras artesãs a usar o espaço para vender seus produtos. Trabalhando há mais de 40 anos com cerâmica, ela comemora a abertura de mais uma oportunidade de escoar sua produção.

“É mais uma porta de divulgação para o nosso artesanato. E, com o sistema de rodízio, mais artesãs e artesãos terão a chance de usufruir dos benefícios dele. Essa valorização estimula a gente, nos dá mais orgulho ainda do nosso trabalho. Eu amo o que eu faço, tenho orgulho de ser artesã, é amor verdadeiro”, garante.

Serviço: A Estação Cultural de Icoaraci fica aberta para visitação de terça à quinta-feira, das 10h às 18h, e de sexta-feira a domingo, das 9h às 21h. O prédio fica na rua Padre Júlio Maria, número 937, bairro do Cruzeiro. Entrada gratuita.

Fonte: Agência Pará

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