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Amazônia quebra recorde de 20 anos em queimadas no primeiro semestre

Os biomas brasileiros enfrentaram um aumento alarmante de queimadas nos primeiros seis meses de 2024, conforme um levantamento da WWF-Brasil. Na Amazônia, o período de janeiro a junho de 2024 registrou 12.696 focos de queimadas, um aumento de 76% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse é o maior valor desde 2004, quebrando um recorde de 20 anos.

Este aumento ocorre após dois anos consecutivos de queda no desmatamento, sugerindo que a crise climática, marcada por uma seca severa desde 2023, está exacerbando as queimadas. A crise climática, desmatamento e o fenômeno El Niño, que traz um período mais seco ao Centro-Oeste brasileiro, são apontados como os principais fatores que colaboraram para este aumento significativo.

O Pantanal e o Cerrado também registraram um aumento preocupante no número de focos de incêndio. No Pantanal, entre 1º de janeiro e 23 de junho, foram detectados 3.262 focos de queimadas, representando um aumento de mais de 22 vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. Este número é o maior já registrado na série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

No Cerrado, foram registrados 12.097 focos de queimadas no mesmo período, um aumento de 32% em comparação a 2023. No Mato Grosso, foram detectados 2.441 focos, um aumento de 85% em relação ao ano anterior. A combinação de mudanças climáticas e o aumento do desmatamento, associado à expansão agropecuária, são apontados como as principais causas.

Em resposta à crise crescente, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou a proibição da prática de “queimas controladas” para manejo, seja para pasto ou qualquer cultivo. A medida será criminalizada nas áreas da Amazônia, Cerrado e Pantanal até os últimos meses do ano, sendo válida até 30 de novembro para a Amazônia e o Cerrado, e até 31 de dezembro para o Pantanal.

A temporada seca, que geralmente apresenta o maior número de incêndios entre agosto e outubro, com um pico em setembro, está apenas começando. Em 2020, o Pantanal sofreu com incêndios que consumiram um terço de sua área, resultando na morte de mais de 17 milhões de animais vertebrados. Em 2024, as condições climáticas desfavoráveis e as chuvas escassas indicam que o cenário pode se repetir, ou até se agravar.

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