Indústria paraense registra crescimento robusto e amplia diversificação das exportações em 2025
Setor produtivo mantém desempenho consistente no comércio exterior, fortalece cadeias estratégicas e amplia presença em mercados internacionais mesmo em cenário global desafiador
O setor produtivo industrial do Pará registrou, entre janeiro e novembro de 2025, um desempenho robusto e consistente no comércio exterior, consolidando o estado como um dos principais polos exportadores do país. Levantamentos do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), do Observatório da Indústria do Pará e da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará (AIMEX) indicam crescimento sustentado das exportações, fortalecimento de cadeias produtivas estratégicas e ampliação da inserção internacional da economia paraense.
De acordo com a gestora do Centro Internacional de Negócios da FIEPA, Cassandra Lobato, os resultados refletem a maturidade da pauta exportadora do estado. Segundo ela, a combinação entre setores tradicionais e novos produtos fortalece a competitividade do Pará no comércio internacional. “A diversificação da pauta e dos mercados reduz riscos e amplia oportunidades para a indústria paraense, mesmo em um cenário global desafiador”, avalia.
Setor mineral mantém liderança
O setor mineral continuou exercendo papel central na balança comercial do Pará. O minério de ferro permaneceu como principal produto exportado, somando US$ 10 bilhões no acumulado do ano, mesmo diante de oscilações nos preços internacionais. O minério de cobre destacou-se com US$ 3,2 bilhões em exportações, impulsionado pela expansão da produção e pela valorização do metal no mercado global, especialmente em cadeias ligadas à transição energética. Já a alumina calcinada alcançou US$ 1,7 bilhão, reforçando a importância estratégica da cadeia do alumínio para a economia estadual.
Para o gerente do Observatório da Indústria do Pará, Felipe Freitas, os números evidenciam avanços estruturais na economia do estado. “Mesmo em um ambiente internacional marcado por instabilidades, o Pará conseguiu manter crescimento, fortalecer sua base produtiva e ampliar sua inserção externa, demonstrando a relevância da indústria como vetor de desenvolvimento e geração de renda”, destaca.
Agroindústria e madeira reforçam diversificação
A indústria da carne bovina encerrou o período com US$ 1,1 bilhão em exportações, impulsionada principalmente pela demanda chinesa e por avanços em rastreabilidade, qualidade sanitária e logística. A soja consolidou-se como um dos principais produtos não tradicionais da pauta exportadora, com US$ 1,6 bilhão em vendas externas, resultado da ampliação da produção e da demanda consistente de mercados asiáticos.
O setor madeireiro também apresentou desempenho positivo. Entre janeiro e novembro, as exportações de madeira e derivados somaram US$ 211 milhões, com 248.881 toneladas embarcadas, representando crescimento de 5,51% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os Estados Unidos mantiveram-se como principal destino. Para o diretor da AIMEX, Deryck Martins, o resultado demonstra a competitividade do segmento. “Mesmo diante de barreiras comerciais e instabilidades globais, a madeira paraense manteve demanda sólida e relevância estratégica para a diversificação da pauta exportadora”, afirma.
Retomada de mercados e ampliação geográfica
Outro destaque de 2025 foi a retomada das exportações de bovinos vivos, que alcançaram US$ 518 milhões, impulsionadas pela demanda de países da África e do Oriente Médio. O milho também manteve trajetória de crescimento, com cerca de US$ 169 milhões exportados, ampliando a inserção internacional da agroindústria paraense, especialmente em mercados da África Ocidental.
No recorte geográfico, a Ásia permaneceu como principal destino das exportações do Pará, absorvendo mais da metade das vendas externas, com destaque para China, Malásia e Japão. A União Europeia consolidou-se como o segundo maior parceiro comercial, com US$ 3,5 bilhões em compras, enquanto a América do Norte apresentou avanço expressivo, com US$ 974 milhões exportados para os Estados Unidos.
Mesmo diante das barreiras impostas pelo chamado “tarifaço” americano, o estado conseguiu preservar sua relevância no comércio bilateral, especialmente em produtos estratégicos como alumínio, cobre, madeira e insumos agropecuários.
Para o presidente da FIEPA, Alex Carvalho, os resultados confirmam a capacidade de resposta da indústria paraense. “O desempenho de 2025 demonstra a força do setor produtivo do Pará, que segue gerando emprego, renda e oportunidades, mesmo em um cenário global adverso. A FIEPA atua de forma estratégica para ampliar a competitividade das empresas e contribuir para um desenvolvimento econômico sustentável e equilibrado em todo o estado”, conclui.



