A repercussão gerada pela campanha de fim de ano da Havaianas abriu espaço para que marcas concorrentes do setor de sandálias ampliassem sua visibilidade nas redes sociais. O debate político em torno da peça publicitária foi rapidamente incorporado por empresas do segmento, que passaram a ser citadas como alternativas por consumidores engajados no tema.
A campanha da Havaianas, lançada no domingo (21), trouxe como slogan a frase “Não quero que você comece 2026 com o pé direito”. O conteúdo foi interpretado por grupos alinhados à direita política como uma crítica a valores conservadores, o que motivou manifestações contrárias, pedidos de boicote e ampla circulação de comentários nas redes sociais.
A reação incluiu postagens de consumidores anunciando a interrupção do uso da marca e sugerindo a substituição por outros fabricantes. Nesse contexto, empresas como Ipanema e Tropical Brasil passaram a ser mencionadas com frequência nas discussões digitais.
A Sandálias Ipanema registrou crescimento acelerado no número de seguidores no Instagram desde o início da repercussão. A marca, que não se posicionou politicamente de forma direta, foi incorporada ao debate por usuários que passaram a associá-la a uma alternativa de consumo. Diante do aumento do engajamento, a empresa publicou uma nova peça publicitária com linguagem simples e rápida circulação nas redes.
Já a Tropical Brasil adotou um tom mais explícito em publicação feita na segunda-feira (22), com mensagem que dialogou diretamente com o debate em curso. A postagem impulsionou interações e levou a um aumento na frequência de publicações da marca, que intensificou sua presença digital nas horas seguintes.
Enquanto isso, o movimento de boicote à Havaianas ganhou apoio de figuras públicas e influenciadores alinhados à direita, que utilizaram as redes sociais para incentivar consumidores a deixarem de adquirir produtos da marca.
No mercado financeiro, a repercussão também teve reflexos. As ações da Alpargatas, empresa controladora da Havaianas, registraram queda nas horas seguintes ao início do debate. Analistas apontam que o recuo está associado à cautela dos investidores diante do aumento da exposição negativa da marca no ambiente digital.
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