Califórnia firma parceria inédita com o Vale Bioamazônico e compara inovação do Pará ao Vale do Silício
Governador Gavin Newsom visitou Belém, conheceu o Parque de Bioeconomia e disse nunca ter visto um ecossistema como o desenvolvido no estado. Acordo prevê cooperação em prevenção a incêndios, bioeconomia e tecnologias sustentáveis.
O governador do Pará, Helder Barbalho, e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, assinaram, nesta terça-feira (11), um acordo de cooperação estratégica para o avanço de políticas de proteção florestal, gestão climática e inovação baseada na biodiversidade. O memorando de entendimento, firmado durante visita de Newsom ao Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, integra o Vale Bioamazônico às redes de pesquisa, investimento e tecnologia do Vale do Silício.
A parceria estabelece iniciativas conjuntas para prevenção e resposta a incêndios florestais, troca de tecnologias de monitoramento, capacitação de equipes e desenvolvimento de protocolos de manejo sustentável do fogo. A proposta também integra comunidades locais na construção de soluções climáticas, considerando o conhecimento tradicional da Amazônia.
Impressionado com a estrutura do Vale Bioamazônico, Newsom afirmou que o Pará reúne características semelhantes às que deram origem ao Vale do Silício. “Eu nunca vi algo assim, e eu vi muito. A combinação de universidades, indígenas, pesquisadores e empreendedores em um mesmo território lembra o ambiente de inovação que se formou na Califórnia. Este lugar tem potencial para liderar uma nova economia verde”, declarou.
Além da agenda climática, o acordo vai intensificar projetos de bioeconomia e pesquisa aplicada, conectando laboratórios, startups, centros de inovação e comunidades tradicionais em uma rede internacional ancorada em Belém. Segundo Newsom, a Califórnia, líder global em inovação e economia limpa, vê na Amazônia um parceiro estratégico para o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono e agricultura regenerativa.
Durante a visita, o governador californiano provou produtos desenvolvidos a partir da biodiversidade amazônica, como polpa de cupuaçu e kombucha de açaí, e destacou o potencial econômico da floresta viva. “A próxima revolução será feita a partir das moléculas, das plantas, das raízes e da biodiversidade”, afirmou.
Helder Barbalho reforçou que o acordo fortalece uma nova matriz econômica no Pará. “Ao invés de irmos ao mundo, o mundo está vindo até nós. Estamos construindo uma economia baseada no valor da floresta viva, na ciência e no conhecimento ancestral. A Califórnia traz experiência em inovação, e nós trazemos a maior biodiversidade do planeta”, disse.
Segundo o governo do Pará, o estado reduziu em 85% os focos de queimadas em comparação a anos anteriores. A parceria com a Califórnia será incorporada nas estratégias de prevenção para consolidar o avanço.
A agenda contou com a presença da vice-governadora Hana Ghassan, do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Raul Protázio Romão, e de representantes de comunidades amazônicas, pesquisadores e startups do setor da bioeconomia.



