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ONG Mandí realiza expedição pelo Rio Tucunduba durante a COP 30 para discutir preservação e justiça ambiental

Ação reuniu participantes nacionais e internacionais e reforçou o papel de Belém como laboratório de soluções climáticas na Amazônia.

A Organização Não Governamental Mandí promoveu no último sábado (8) uma edição especial da Expedição pelos Rios Urbanos, dentro da programação da COP 30, em Belém. A iniciativa percorreu o Rio Tucunduba, da nascente à foz, e buscou estimular o debate sobre preservação das bacias urbanas, direito à água e justiça ambiental.

O trajeto contou com a presença de representantes da ONU-Habitat e da Anistia Internacional, que acompanharam de perto a realidade das áreas atravessadas pelo rio. Segundo a diretora-presidente da Mandí, Camila Magalhães, a expedição teve como foco reforçar a importância das cidades amazônicas nas discussões climáticas globais.

“Num momento em que os olhos do mundo se voltam para a Amazônia, queremos mostrar as questões da parte urbana e os processos que atravessam esses territórios, como o direito ao saneamento e a relação entre água e cidade”, afirmou.

Um dos pontos de destaque foi a visita à nascente preservada do rio, localizada em uma propriedade privada que mantém um lago de cerca de 80 mil litros de água doce. O local é considerado um exemplo de cuidado ambiental em área urbana. Durante a atividade, os participantes foram convidados a refletir sobre os impactos de intervenções como canalizações e concretagens, que alteram o curso natural dos rios.

“No centro, vemos embelezamento e valorização; aqui, contenção e apagamento. O que está em jogo é quem tem direito à cidade. Isso também é racismo ambiental”, completou Camila.

A expedição reforçou a necessidade de políticas públicas que unam preservação ambiental e inclusão social, considerando que o Rio Tucunduba atravessa cinco bairros e influencia diretamente a vida de cerca de 256 mil moradores de Belém.

Sobre a Mandí
Com sede em Belém, a Mandí é uma organização liderada por mulheres amazônidas e atua em projetos de saneamento, educação ambiental e adaptação climática. A ONG já participou de três Conferências do Clima da ONU e desenvolve parcerias com instituições locais, nacionais e internacionais. Durante a COP 30, participa como organização observadora com ações nas Zonas Azul e Verde, além de eventos paralelos.

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