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Helder Barbalho critica ausência dos EUA na Cúpula dos Líderes da COP30 e anuncia parceria tecnológica com a Califórnia

Governador do Pará atribui ausência americana à postura negacionista em relação às mudanças climáticas e destaca novo acordo com o estado da Califórnia para criação do Vale Bioamazônico de Tecnologia.

O governador do Pará, Helder Barbalho, comentou nesta quinta-feira (6) a ausência dos Estados Unidos na Cúpula dos Líderes da COP30, realizada em Belém. Em entrevista à GloboNews, ele afirmou que a decisão reflete uma postura de negação sobre as mudanças climáticas e não tem relação com o local de realização do evento.

Segundo o governador, a falta de participação norte-americana compromete o avanço das discussões internacionais sobre políticas ambientais e sustentabilidade. Ele afirmou que a postura de países com histórico de resistência a compromissos ambientais dificulta a cooperação global em torno do combate às mudanças climáticas.

Helder Barbalho destacou, por outro lado, a importância da presença da China e de países europeus na conferência. Ele ressaltou o papel do governo chinês nos debates sobre emissões de gases de efeito estufa e nas negociações multilaterais sobre transição energética. O governador também chamou atenção para a presença de nações insulares, que vivem os impactos diretos do aumento do nível do mar e demandam medidas urgentes de adaptação.

Durante a entrevista, Barbalho anunciou uma nova parceria entre o Pará e o estado da Califórnia, nos Estados Unidos. O acordo, que será formalizado no dia 12 de novembro durante a COP30, prevê a criação do Vale Bioamazônico de Tecnologia, iniciativa inspirada no modelo do Vale do Silício. O projeto busca fomentar pesquisa, inovação e o desenvolvimento de tecnologias aplicadas à bioeconomia e à conservação da biodiversidade amazônica.

O governador também comentou sobre o programa Florestas para Sempre, criado pelo governo federal, e considerou que o valor de US$ 4 por hectare previsto para o fundo é insuficiente diante do potencial econômico dos créditos de carbono. Ele afirmou que os estados precisam estabelecer estratégias próprias para comercializar esses créditos. Segundo dados do governo paraense, o estado possui mais de 200 milhões de toneladas de carbono em processo de verificação, com expectativa de movimentar cerca de R$ 40 bilhões até 2027.

Helder Barbalho destacou ainda uma mudança na percepção pública sobre a crise climática, impulsionada por eventos extremos como as enchentes no Rio Grande do Sul. Ele afirmou que setores da sociedade, antes céticos, passaram a compreender a relação direta entre preservação da floresta, equilíbrio climático e produtividade agrícola.

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