
Mesmo após a Petrobras anunciar redução no preço da gasolina nas refinarias no início de junho, os valores cobrados nos postos de combustíveis em Salinópolis continuam elevados. A cidade, que recebe grande fluxo de visitantes no mês de julho, registra preços que não refletem o reajuste anunciado pela estatal.
O corte feito pela Petrobras foi de R$ 0,16 por litro, representando uma queda de 5,6%. O valor médio da gasolina vendida pelas refinarias deveria passar de R$ 3,01 para R$ 2,85. A expectativa era de que o consumidor final fosse beneficiado com o reajuste, o que não ocorreu de forma uniforme no Pará.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), com base na Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina no estado subiu 0,16% no mesmo período, chegando a R$ 6,27 entre os dias 1º e 14 de junho. Em Belém, o litro da gasolina atingiu R$ 6,34 na primeira semana de julho, um aumento de 1,3%. Já o etanol teve queda de 0,2% e foi comercializado a R$ 4,79. O diesel recuou 2,3%, com média de R$ 5,99.
Em Salinópolis, moradores e trabalhadores que utilizam transporte particular relatam que abastecer o veículo continua sendo um custo significativo. O reajuste anunciado nas refinarias ainda não chegou às bombas da cidade, o que mantém o combustível com preços elevados.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Pará (Sindicombustíveis) foi procurado para comentar o cenário. Por meio do porta-voz Pietro Gasparetto, a entidade informou que não realiza monitoramento de preços praticados nos postos. No entanto, explicou que o valor do combustível em municípios como Salinas sofre influência da logística de transporte.
De acordo com Gasparetto, a maior parte do combustível que abastece Salinas é retirada do terminal de Miramar, em Belém, e transportada por caminhões até o município. O trajeto, segundo ele, impacta diretamente no custo final. Além disso, como a cidade não está em rota de escoamento para outros municípios, o processo logístico acaba sendo mais oneroso.
Ainda segundo o representante, o período de veraneio pode provocar oscilações de preços devido ao aumento da demanda, mas esse não seria o principal fator de elevação. “A variação está mais ligada à oferta e demanda. A logística, por sua vez, é um fator permanente que influencia no preço”, afirmou.
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