Cientista político diz que Helder Barbalho reedita coronelismo dos anos 30 e critica perseguição a blogueiros

O cientista político Edir Veiga fez severas críticas à perseguição política que o governador Helder Barbalho vem fazendo contra blogueiros que fazem críticas e denunciam de mau uso do dinheiro público no atual governo. Para Edir Veiga, Helder reedita o coronelismo dos anos 30 no Pará.
Edir participou de um debate promovido pelo blog Amazon Live (um dos alvos do governador) ao qual analisou a conjectura política no estado do Pará.
“Um juiz, a polícia civil estão enquadrando como Fake News, as pessoas que estão investigando, fiscalizando, colocando na agenda das redes sociais, das redes digitais, que são muito fortes, todo este quadro, né? Porque a família Barbalho já não tem um histórico muito positivo aqui no Pará, uma das famílias que tem controle muito grande, tem forte meio de comunicação, tem todo um controle e vários blogueiros tem sido visitados pela Polícia Civil, aprendendo computadores, celulares, acusados de Fake News e para quem observa, não tem nada de Fake News. Eles estão discutindo o problema e esse problema é muito sério, que eu espero que essa política, que era muito típico da política de 1930, onde os coronéis agrediam seus adversários usavam, transformavam o aparelho de estado para atacar os seus inimigos. Aos amigos, os favores da Lei, aos inimigos os rigores da Lei“, diz Edir Veiga com preocupação.
O cientista também demonstrou preocupação com a liberdade de imprensa e de expressão. “Isso que tá acontecendo aqui no Pará. Eu espero que passe, porque tá sendo um absurdo. Jornalistas sérios, muito sérios estão sendo visitados e estão sendo intimidados. Eu espero que isso mude o mais rápido possível tudo que marcado possível para o quadro que tá muito difícil aqui agora em Belém do Pará e no Pará”.
Também foi discutido as diversas denuncias de contratos irregulares feitos pelo governo do Pará durante a pandemia. Essas denuncias foram alvos de retaliações por parte do governo estadual contra blogs independentes, mas que agora ganham outra dimensão com as investigações em cursos contra o governador realizado por órgãos de controle federal e estadual.
Ao todo, foram três operações da polícia federal nas últimas três semanas: A que investiga a compra dos respiradores defeituosos e que gerou bloqueio de bens de Helder Barbalho; a que investiga contrato firmados pela Secretaria de Educação na ordem de R$73 milhões para aquisição de cestas básicas para alunos da rede estadual e a operação “Matinta Pereira”, na casa de Alberto Beltrame, no Rio Grande do Sul, onde várias obras de artes foram apreendidas pela PF.
Nesta segunda, 29, a justiça estadual pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de Beltrame devido a outro contrato duvidoso para aquisição, sem licitação, de garrafas PETs pelo montante de R$1,7 milhões.



