Belém se prepara para receber milhares de visitantes durante a COP30, e uma solução inovadora está sendo adotada para ampliar a oferta de hospedagem: a adaptação de contêineres. O projeto, liderado pela empresa Novo Engenho, transformará 20 contêineres em 40 quitinetes de 15m², oferecendo acomodação prática e sustentável para os participantes do evento.
Os contêineres serão equipados com quarto, copa e banheiro, separados por drywall, e sua conversão será realizada em aproximadamente 90 dias. Segundo Ivan Ferreira, CEO da Novo Engenho, a reutilização desses compartimentos, que antes eram destinados ao transporte de mercadorias, reduz significativamente o impacto ambiental, evitando o uso de materiais convencionais de construção, como cimento e areia.
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A iniciativa conta com o empresário Paulo Henrique Ataíde, presidente do grupo Agria e Ataíde, que encomendou os primeiros 20 contêineres. Paralelamente, ele também inaugurará um restaurante de alta gastronomia na Ilha do Combu, a 15 minutos de barco de Belém. A previsão é que as unidades habitacionais fiquem instaladas em um terreno à beira do Rio Guamá, funcionando como base para as ONGs que já reservaram espaço no restaurante para eventos paralelos à COP30.
A adaptação de contêineres se soma a outras medidas tomadas pelos governos estadual e federal para garantir o número necessário de leitos para o evento, como a contratação de transatlânticos, a reforma de escolas para alojamento e a concessão de incentivos fiscais para ampliação da rede hoteleira.
Para o empresário Ataíde, o projeto oferece solução rápida e acessível para superar desafios como custos elevados e escassez de mão de obra na região. Ele também destaca que a iniciativa preserva o meio ambiente, uma vez que não exige desmatamento. No entanto, ele ainda avalia se os contêineres serão mantidos para hospedagem após o evento ou se terão outra finalidade dentro do complexo gastronômico na Ilha do Combu.
A escassez de leitos em Belém tem provocado uma forte alta nos preços de hospedagem. Há diárias de até R$ 3 mil em hotéis e, em plataformas como o Airbnb, valores que chegam a R$ 400 mil ou até R$ 2 milhões por estadia em residências de luxo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) do Pará, qualquer iniciativa para ampliar a oferta de hospedagem é bem-vinda, já que a maioria dos hotéis já está com suas reservas praticamente esgotadas.
Enquanto as soluções se multiplicam para garantir acomodação aos visitantes, a expectativa é que Belém consiga atender a demanda da COP30. Apesar dos desafios de infraestrutura, o histórico da cidade em eventos de grande porte, como o Círio de Nazaré, indica que a população e o setor privado buscarão alternativas criativas para acolher os milhares de visitantes.



