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MPF alerta para queimadas no Pará enquanto autoridades paraenses discursam na COP-29

Procuradores denunciam discrepância entre compromissos climáticos e ações práticas no estado.

Enquanto autoridades brasileiras apresentam compromissos ambientais na COP-29, no Azerbaijão, o Ministério Público Federal (MPF) alerta para o cenário crítico das queimadas no Pará. Em ofícios enviados nesta segunda-feira (18), o órgão cobra medidas efetivas dos governos estadual e federal, destacando que as ações anunciadas até agora são insuficientes para enfrentar os megaincêndios que devastam o estado.

Promessas versus realidade

Segundo o MPF, programas como o Plano Estadual de Ações para Estiagem e o projeto Prevfogo, embora relevantes, têm enfrentado falhas graves na execução e coordenação. Dados apontam uma escalada de focos de incêndio em terras indígenas, quilombolas e outras áreas protegidas, algumas já com mais de 2 mil hectares consumidos pelas chamas.

“A propaganda do Estado do Pará em relação às ações de combate às queimadas, especialmente durante a COP-29, é, no mínimo, irresponsável”, afirmam os procuradores, destacando que o discurso do governo contrasta com a realidade devastadora enfrentada pelo estado.

Impactos sociais e ambientais

As queimadas têm gerado destruição ambiental e graves impactos às populações indígenas e tradicionais. Brigadistas comunitários, muitas vezes sem recursos adequados, têm enfrentado dificuldades para conter o avanço do fogo. Enquanto isso, respostas evasivas de órgãos públicos agravam o cenário.

O MPF ressalta que a omissão governamental configura negligência grave tanto em relação à proteção do meio ambiente quanto à saúde da população.

Demandas do MPF

Nos ofícios enviados, o MPF solicita ações coordenadas de diferentes órgãos:

  • Ibama: Apresentação de planos e recursos destinados ao combate de incêndios, com foco em terras indígenas e uso do Prevfogo.
  • ICMBio: Informações sobre ações em unidades de conservação e territórios indígenas.
  • Funai: Assistência às comunidades indígenas, incluindo itens básicos e planos de combate ao fogo.
  • Corpo de Bombeiros do Pará: Relatórios sobre equipamentos e brigadistas mobilizados.
  • Polícia Federal e Força Nacional: Realização de investigações e diligências para apurar responsabilidades.
  • Governo do Pará: Transparência nos recursos empregados e resultados obtidos nas ações de combate às queimadas.
  • Ministério e Secretaria dos Povos Indígenas: Elaboração de um plano emergencial para minimizar os impactos socioambientais.

Cenário crítico exige respostas imediatas

Para o MPF, é imprescindível que o governo assuma um papel mais ativo, fortalecendo ações de prevenção, fiscalização e punição de infratores. “O descaso compromete não só a preservação ambiental, mas a vida das comunidades que dependem diretamente dessas áreas”, enfatizam os procuradores.

A cobrança ocorre em um momento em que o Pará enfrenta uma crise ambiental de grandes proporções, enquanto tenta reafirmar seu compromisso com o combate às mudanças climáticas em âmbito internacional.

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