NOTÍCIASParáREGIONAL

Governo federal inicia megaoperação para retirada de invasores da Terra Indígena Munduruku, no Pará

O governo federal vai realizar uma megaoperação de desintrusão na Terra Indígena (TI) Munduruku, no sudoeste do Pará, com início previsto para esta semana. A ação tem como objetivo expulsar garimpeiros, desmatadores e outros envolvidos em atividades ilícitas, como parte dos esforços para conter a degradação ambiental e proteger as comunidades indígenas.

Coordenada por Nilton Tubino, autoridade responsável por ações semelhantes, incluindo a operação na TI Yanomami, a desintrusão contará com a participação de 20 órgãos federais, entre eles a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da Defesa e a Força Nacional. “A intenção é retirar os invasores e impedir que as atividades ilegais retornem”, afirmou Tubino.

Pressão sobre os recursos naturais e conflitos

A TI Munduruku, que abrange cerca de 2,4 milhões de hectares, enfrenta pressões intensas devido ao garimpo ilegal, que contamina rios e afeta a saúde da população indígena. Segundo o Censipam, a Terra Indígena é a segunda mais impactada por atividades de garimpo no Brasil, com 18,8% de sua área afetada, ficando atrás apenas da TI Kayapó.

Além dos danos ambientais, a região registra conflitos entre indígenas e garimpeiros, frequentemente resultando em violência. O uso de mercúrio na extração de ouro é uma preocupação central, pois o metal tóxico polui os rios e contamina os peixes, alimento essencial para os Munduruku.

A complexidade da operação

A operação na TI Munduruku apresenta desafios particulares, como o envolvimento de algumas lideranças indígenas com o garimpo ilegal, o que pode gerar reações mais agressivas durante a desintrusão. Tubino destacou a importância de conduzir a ação com cautela e articulação política para evitar conflitos.

A ação é a quinta de desintrusão realizada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, alinhada à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para retirada de invasores de terras indígenas. Além da retirada dos invasores, a operação prevê a instalação de uma estrutura federal permanente e ações para sufocar o apoio logístico ao garimpo ilegal na região.

Impactos e recuperação ambiental

Apesar de uma redução recente na atividade de mineração, o estudo do Censipam aponta a necessidade de monitoramento contínuo e medidas para a recuperação ambiental e ajuda humanitária aos indígenas afetados. A poluição por mercúrio e a destruição dos leitos dos rios representam riscos graves tanto para o meio ambiente quanto para a saúde das comunidades.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar