NOTÍCIASOPINIÃOParáPOLÍTICAREGIONAL

Como sair de 364 mil votos para 2,9 mil votos em 4 anos? Eguchi ensina que é possível

De fenômeno eleitoral a desempenho inexpressivo: como a falta de estratégia política fez Eguchi perder relevância em apenas quatro anos.

Em 2020, Everaldo Eguchi, um delegado praticamente desconhecido do grande público, surpreendeu o cenário político de Belém ao conseguir 167 mil votos no primeiro turno das eleições municipais. Contra todas as expectativas, ele avançou para o segundo turno, onde enfrentou Edmilson Rodrigues (PSOL), ex-prefeito de Belém, que contava com amplo apoio político, empresarial e da mídia local.

Eguchi, um “outsider” naquele ano, assumiu uma postura declaradamente de direita, sem receio de afastar eleitores do centro. Apesar de não contar com o apoio formal de lideranças políticas da direita paraense e nem do então presidente Jair Bolsonaro, utilizou a imagem de Bolsonaro em sua campanha. No segundo turno, apesar de perder a eleição, conseguiu uma margem impressionante de votos: 364 mil, contra os 390 mil de Edmilson, que venceu com 51% dos votos válidos.

Essa “derrota” foi vista por muitos como uma vitória estratégica. Eguchi, até então um novato, emergiu com um capital político expressivo. Contudo, ele não soube aproveitar essa posição. Não compreendeu o recado dos eleitores, trocou de partido diversas vezes e envolveu-se em polêmicas tanto políticas quanto pessoais. Sua falta de habilidade retórica e a dificuldade em se posicionar no momento certo foram evidentes.

O impacto dessas falhas ficou claro nas eleições subsequentes. Em 2022, Eguchi não teve sucesso em sua tentativa de se eleger deputado federal. E, em 2024, seu desempenho nas eleições municipais foi ainda mais decepcionante: ele obteve apenas 2.900 votos, terminando em sexto lugar entre sete candidatos – ficando atrás de candidatas da extrema esquerda com pouca expressão política.

A queda de Eguchi, de 364 mil votos para menos de 3 mil em apenas quatro anos, é um exemplo claro do que não fazer na política. Sua trajetória serve como um estudo de caso sobre como decisões equivocadas e a falta de visão estratégica podem minar um potencial promissor.

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar