Uma mulher negra, Samantha Vitena, relatou ter sido retirada do voo 1575 da companhia aérea GOL na noite da última sexta-feira (28.abr.2023), por agentes da Polícia Federal, sem ter sido informada do motivo pelo qual deveria deixar o avião. A alegação da companhia aérea foi de que Samantha não aceitou colocar sua bagagem nos locais corretos e, “por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo”. Entretanto, segundo o relato da passageira, ela não estava encontrando um lugar no avião para guardar sua mala em que estava seu notebook e, por esse motivo, teria sido obrigada a despachar sua bagagem com o aparelho.
O episódio foi registrado por outra passageira do mesmo voo, Elaine Hazin, que compartilhou um vídeo em seu perfil no Instagram. Nas imagens, é possível ver um dos agentes da Polícia Federal afirmando que a ação para retirar a mulher negra do avião era “uma ordem do comandante”. No vídeo, também é possível ouvir queixas de outros passageiros que estavam no voo, com uma voz feminina alegando que “isso é racismo” e outra pessoa que estava no avião afirmando que “nunca viu um negócio desse na vida”.
Samantha Vitena afirmou que perguntou o motivo pelo qual estava sendo retirada do voo, mas o agente da Polícia Federal se negou a informar e a ameaçou de que, se não saísse do avião, pediria para todos os passageiros saírem e que ela estaria cometendo um crime. Ela foi ouvida pela Polícia Federal e liberada.
Em resposta, a Polícia Federal reafirmou a versão da GOL, destacando que o comandante do voo exerce autoridade desde o momento em que se apresenta para o voo até o momento em que entrega a aeronave, tendo autonomia para solicitar apoio da Polícia Federal. A corporação informou que as circunstâncias do fato estão sendo apuradas.
A GOL informou, em nota, que segue investigando o episódio e que lamenta os transtornos causados aos clientes, mas reforçou que, por medidas de segurança, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções.



