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Até então ignorado, Damares coloca problema da exploração sexual no Marajó no debate nacional

O depoimento da ex-ministra Damares Alves sobre exploração sexual de crianças na Ilha de Marajó provoca reflexão e vira comoção nacional. O problema grave até então ignorado, ganha um novo capítulo a partir de agora e sai da beira dos rios isolados para ser debate nesse momento importante para o Brasil.

A irmã Henriqueta Cavalcanti, e o bispo da prelazia do Marajó, Dom José Ascona, diversas vezes relataram casos de abuso de menores que eles têm acompanhado na região. Irmã Henriqueta contou que crianças ribeirinhas têm trocado a escola pela rotina de vida nas balsas, onde, segundo ela, constantemente acontecem os crimes de exploração sexual.

De acordo com Irmã Henriqueta, meninas dos municípios de Portel, Breves, Melgaço e Curralinho relataram que têm esperança de, nas balsas, encontrarem alguém que possa tirá-las da condição de pobreza e dar a elas uma vida melhor. A irmã e o bispo também ressaltaram que sofrem constantes ameças por combaterem esse tipo de crime na região.

Em entrevista para Rádio Nacional, em 2015, Irmão Henriqueta disse que “essa realidade das balsas, ela não é uma realidade que tá distante e é desconhecida. E nós queremos trazer o clamor, o desespero dessas crianças que não têm mais infância; não sabem o que é viver. Porque a vida delas simplesmente se divide em estar subindo de balsa em balsa”.

Em 2012, durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas no Brasil casos de tráfico de adolescentes e jovens do Pará e Amapá para exploração sexual, a religiosa listou as rotas de tráfico de pessoas no Pará.

Os principais destinos, segundo a religiosa, são as capitais do Suriname, Paramaribo, e da Guiana Francesa, Caiena. “Existe uma interligação muito forte entre exploração sexual, tráfico de pessoas, tráfico de drogas e trabalho escravo”, disse irmã Henriqueta, que vive sob escolta policial por estar ameaçada de morte.

Em 2017 o Jornal da Record exibiu uma série de reportagem sobre a exploração sexual no arquipélago. Confira:

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