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Paraenses que moram na Ucrânia vivem drama

A invasão Russa ao território ucraniano tem deixado paraenses que moram no país apreensivos. Não há números oficiais de quantos paraenses moram na Ucrânia, mas nesta matéria você irá acompanhar o drama de duas paraenses.

As duas são casadas com ucranianos e optaram por morar no país europeu. A publicitária Cristiane Barros Nedashkovskaya, 30, mora em Bila Tserkva, na região metropolitana de Kiev, uma das cidades atingidas pelos ataques aéreos.

“Acordei às 5h com o barulho da explosão, a sirene de alarme tocando por causa do choque. Depois ouvi mais explosões, drones sobrevoando. Liguei para amigos brasileiros que moram aqui para avisar. Foi um desespero, um momento bem tenso”, relata.

Cristiane é casada com um ucraniano e vive no país há um ano e meio. Em meio aos estrondos e pânico que tomou o país invadido, a paraense pulou da cama, colocou um casaco por cima do pijama e saiu para tentar abastecer o carro e tentar escapar para a Romênia com a sogra, a cunhada e o sobrinho de 1 ano.

O sogro de 58 anos não poderá ir, pois homens com idade entre 18 e 65 devem ficar de prontidão para ingressar nas forças armadas. O marido dela está a trabalho em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e por isso está a salvo.

Larissa Synyebok, de 32 anos, natural de Belém, que reside ao sul da Ucrânia, no estado de Kherson, perto da Crimeia, região que sofreu bombardeios. Larissa é casada com o ucraniano Oleksander Synyebok, ambos são marítimos, e possuem uma filha que também nasceu em Belém, Alícia, de 8 anos.

A mãe de Larissa, Núbia Esteves, de 55 anos, tem mantido contato telefônico com a filha:

“Consegui falar com a Larissa umas 23h30 (da quarta-feira, 23), lá, eram 3h. A gente ficou a madrugada inteira conversando com o bombardeio rolando na Crimeia. Ela conseguia ouvir e me narrava”, conta Núbia. Larissa já contatou a Embaixada do Brasil, que fica no Norte do país, na capital Kiev, distante 12 horas, mas ela não se sente segura em atravessar o território sozinha com a filha de carro. “Ela pode ter o carro roubado ou o dinheiro da comida, ser violentada…”.

“Ali tá sendo bem perigoso. Começou o bombardeio na capital do estado, que também se chama Kherson. A embaixada orientou a ficar na casa dela porque os alvos civis estão sendo poupados pelos russos até o momento”, conta Núbia. Caso Larissa decida sair de casa, não poderá ir junto com o marido. Um decreto do governo ucraniano convoca todos os homens de 18 a 60 anos a irem para guerra. “Ele é 2o tenente da reserva da Marinha Mercante, ele já tá convocado e não sabe quando vai. Temo por eles”, descreve Núbia. 

Larissa e Sasha se conheceram embarcados. Ele é engenheiro eletricista de navio e fala pouco o português. “Eles se casaram em Belém, onde eles moraram por alguns meses até a Alícia nascer. Mas ele não se adaptou ao calor”, recorda Núbia. 

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