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Laudo auxilia a decretar prisão de suspeito de assassinato de PM

A atuação dos profissionais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), vinculados ao Núcleo de Crimes Contra a Vida (NCCV), de Belém, auxiliou a elucidar o assassinato da cabo da Polícia Militar Andreza Maria da Silva Araújo do Nascimento, ocorrido em setembro do ano passado, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.

Os peritos trabalharam com a reprodução simulada dos fatos, e o laudo resultante do procedimento atestou que a arma usada pertencia à vítima, mas refutou a versão do suspeito de que ela (Andreza) teria cometido suicídio. Somado a outras contradições, o laudo serviu de prova tecnocientífica para a Polícia Civil (PC) decretar a prisão do acusado. O caso atesta a importância da atuação dos peritos, da perícia criminal e dos recursos científicos para a Justiça. A informação foi divulgada pelo Centro de Perícias Científicas.

Contradições – De acordo com as investigações, a primeira contradição na versão do acusado, constatada no laudo da reprodução simulada, envolve o fato de ele ter afirmado em depoimento que não teria pegado a arma da policial. “O exame complementar de DNA Forense, também feito pelo laboratório do CPCRC, confirmou que o suspeito teria, sim, pegado na arma de fogo da qual saiu o disparo. Essa informação inserimos no laudo conclusivo”, disse o perito criminal Jadir Ataíde, que coordenou a reprodução simulada.

A reprodução constatou também que o trajeto e o orifício do projétil, assim como a parte do corpo da vítima em que ficou alojado, confirmam divergência no depoimento do suspeito sobre a posição da arma e o ângulo do disparo. “Essas situações indicam que o ângulo que ele afirmou que a vítima teria atirado contra si deveria ter sido outro. Por exemplo, o orifício de entrada do projétil de arma de fogo apresentava a forma ovalar, enquanto se tivesse sido como ele havia afirmado, deveria ser na forma circular”, completou o perito Nonato Nascimento, que participou também da reprodução.

Ainda de acordo com a perícia criminal, em depoimento o suspeito teria afirmado que a cabo PM Andreza havia disparado com o cano da arma encostado ao corpo, e empunhada por ela com o cabo e gatilho apontados para cima. Mas, novamente, o laudo pericial apontou divergência. “O mesmo orifício de entrada do projétil de arma de fogo não apresentava características que esse tiro foi encostado. Além disso, uma pessoa treinada e com habilidade em manuseio de armas de fogo teria maior facilidade de escolher uma zona letal para atentar contra a própria vida”, concluiu Jadir Ataíde.

A partir do laudo pericial, a Polícia Civil usa o documento como prova técnica e legal para decretar a prisão do suspeito.

Documentação – A reprodução simulada, popularmente conhecida como reconstituição de crime, tem o objetivo de documentar dados e informações de inquéritos o mais próximo possível da realidade.

O procedimento é realizado após solicitação de delegados e outras autoridades, no mesmo local onde ocorreu o fato, solucionando dúvidas sobre posicionamentos, distâncias, obstáculos relacionados ao crime, bem como identificando o papel dos envolvidos e a duração dos eventos.

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