Círio pode deixar de ser patrimônio cultural do Brasil
A revalidação acontece até o dia 11 de junho pela internet
O Círio de Nazaré é uma das maiores manifestações religiosas do mundo. O natal do paraense, considerado por muitos. A procissão, realizada sempre no segundo domingo do mês de outubro, atrai milhares e milhares de pessoas para Belém há 221 anos e é, certamente, o principal evento turístico do Pará.
Patrimônio cultural do Brasil: Em 2004, o Círio foi o primeiro bem cultural inscrito pelo IPHAN no Livro de Registro das Celebrações como Patrimônio Cultural do Brasil.
Segundo a descrição do Instituto “Os festejos, que envolvem vários rituais de devoção religiosa e expressões culturais, e reúnem devotos, turistas e curiosos de todas as partes do Brasil e de países estrangeiros, constituem um momento anual de reencontro e devoção.”
Patrimônio Cultural da Humanidade: Em 2013, foi a vez da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) inscrever a festividade na Lista Representativa do Patrimônio Cultural da Humanidade.
Revalidação: Este ano, todavia, o Círio passa por um processo de “revalidação”, através de uma consulta, por formulário digital, via postal ou e-mail, realizada pelo IPHAN.
Segundo o Instituto, é um processo natural que ocorre de dez em dez anos. Ou seja, o IPHAN quer saber da gente se o Círio continua “culturalmente relevante”.
Ao que tudo indica, ele não tem lá muito o que se preocupar. Segundo um documento que trata das transformações pelas quais a festividade passou nos últimos anos, houve um aumento significativo de participantes. Conforme um levantamento da Secretaria de Estado de Turismo do Pará (Setur) e Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 2009 a 2019, o total de turistas passou de 35 mil a 83 mil. Além disso o Círio movimentou anualmente cerca de dois milhões de pessoas vindas do interior do Pará, de outros estados e do exterior.
Consulta pública: O processo de consulta pública será realizado até 11 de junho, pelo formulário digital disponível neste link. Qualquer cidadão também pode opinar pelo correio eletrônico dpi@iphan.gov.br ou via correspondência, enviando a correspondência para o Departamento de Patrimônio Imaterial – Diretor – SEPS Quadra 713/913, Bloco D, 4º andar – Asa Sul -Brasília – Distrito Federal – CEP: 70.390-135.
Caso a revalidação seja negada, o Círio será registrado apenas como uma referência cultural de seu tempo.




