Mesmo com o fim do “lockdown”, boa parte do comércio de Belém deverá permanecer fechado

O governo do Pará publicou neste sábado, 23, em edição extra do diário oficial do estado, o decreto nº 777, novas medidas para distanciamento social nos municípios da região metropolitana de Belém.
Apesar de o lockdown terminar oficialmente neste domingo, 24, boa parte do comércio de Belém deverá permanecer fechado, sem previsão de retorno.
Permanecem fechados ao público os shopping centers; salões de beleza, clínicas de estética e barbearias; canteiro de obras e estabelecimentos de comércio e serviços não essenciais; escritórios de apoio administrativo, serviços financeiros, serviços de seguros, serviços contábeis, serviços advocatícios e outros serviços afins, excetuando os consultórios médicos e de assistência à saúde em geral; academias de ginástica; bares, restaurantes, casas noturnas e estabelecimentos similares; atividades imobiliárias; agências de viagem e turismo; praias, igarapés, balneários, clubes e estabelecimentos similares. Além desses, permanecem também suspensos as aulas presenciais das escolas da rede de ensino público estadual.
Empresas que desobedecerem às regras estão sujeitas à multa de R$ 50 mil. Para as pessoas físicas, a multa será de R$ 150.
No entanto, passa a ser permitida a realização de cultos, missas e eventos religiosos presenciais com público de até dez pessoas, respeitada distância mínima de 1,5 metro para pessoas com máscara, com a obrigatoriedade de fornecimento aos participantes de alternativas de higienização (água e sabão e/ou álcool gel).
Já em relação aos serviços essenciais, as recomendações anteriores permanecem como controlar a entrada de pessoas, limitado a um membro por grupo familiar, respeitando a lotação máxima de 50% de sua capacidade, inclusive na área de estacionamento; seguir regras de distanciamento, respeitada distância mínima de 1,5 metro para pessoas com máscara; impedir o acesso ao estabelecimento de pessoas sem máscara; adotar esquema de atendimento especial, por separação de espaço ou horário, para pessoas em grupo de risco, entre outras.
AVANÇO DO VÍRUS PELO INTERIOR DO ESTADO TERIA IMPEDIDO PLANOS DE MAIOR FLEXIBILIZAÇÃO EM BELÉM
Apesar de os novos casos na grande Belém apresentarem uma tendência de queda, o avanço do vírus para o interior do estado teria pesado na mudança dos planos de maior flexibilização na capital.
Há uma perspectiva de sobrecarga no sistema de saúde da capital com pessoas vindas do interior do estado.
“Por uma série de fatores, a partir do dia 10, começamos a ter uma redução expressiva dos números (de pacientes com covid-19) dentro de Belém. Redução da demanda nas portas de Prontos Socorros e UPAs e também nos espaços do Estado, como Abelardo Santos e Hangar. Houve também redução expressiva de demanda nas unidades particulares e declínio de sepultamentos. Todas as unidades de saúde estão com atendimento normal, mas ainda temos, nas UTIs, um número expressivo de pacientes. Esse é o único nó que temos que resolver nos próximos dias”, disse Zenaldo Coutinho.
MANUTENÇÃO DO COMÉRCIO FECHADO DEVE AGRAVAR CRISE ECONÔMICA EM BELÉM
De acordo com estudo da Fecomércio/PA e Faciapa, feita entre os dias 20 a 26 de abril, identificou que 85% das empresas no Pará já haviam apresentado decréscimos em seus faturamentos, com retração de 57%.
63% das empresas estavam com dificuldades para arcar com os compromissos financeiros nas datas estabelecidas, tendo uma das principais causas, os efeitos da pandemia.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estimou, para o Estado do Pará, perdas semanais de receita de R$ 1,4 bilhão, no período de 15 de março a 2 de maio. Os números não estão fechados, mas o estima o fechamento de 10% das empresas do centro comercial da cidade e de 15% dos postos de trabalho.



