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Em live, Aberto Beltrame admite que Pará usa protocolo semelhante ao do Ministério da Saúde, mas assina nota contra a cloroquina

No mesmo dia em que fez live admitindo que o Pará usa protocolo semelhante ao estabelecido pelo Ministério da Saúde para o tratamento precoce de pacientes leves e moderados quanto ao uso da cloroquina e hidroxicloroquina, o secretário de saúde Alberto Beltrame assina nota do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) contra o novo protocolo do Ministério da Saúde .

Uma posição no mínimo contraditória.

Na live realizada nesta quarta-feira, 19, para explicar sobre os casos de subnotificações no estado do Pará, Alberto Beltrame respondeu algumas perguntas da imprensa paraense. Uma das perguntas, feita por um jornalista do Diário do Pará, sobre o novo protocolo do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame foi categórico e disse que a Secretaria de Saúde do Pará já usa um protocolo semelhante e que isso não mudaria no estado.

“O ministério publicou no dia hoje uma orientação para casos leves e moderados, ou seja, um tratamento precoce. Nós aqui no Pará já havíamos adotado um protocolo similar a esse. Então, portanto, no Pará nada mudará… Mas é importante dizer a todos os senhores e a senhoras que o Ministério da Saúde publicou o protocolo e fez todas as ressalvas necessárias em relação a Hidroxicloroquina. Não existem estudos ainda concluídos, as evidências científicas ainda são discutíveis, enfim, e principalmente, fez os alertas dos ricos do uso da hidroxicloroquina associada ou não com outros medicamentos. Esse é o ponto importante. Tem pessoas que não podem ou não devem usar hidroxicloroquina. E mais um ponto importante que nos tranquiliza, nenhum tratamento deverá ser feito por automedicação e somente a dispensação será feita diante da prescrição de um médico que assume a responsabilidade pela prescrição e de informar cada paciente sobre os riscos, os benefícios potenciais, que o paciente concorde com isso e assim assina um termo de consentimento livre e informado. Então, nada muda no Pará em relação a isso.”, disse o secretário de Saúde do Pará.

A resposta transcrita acima pode ser vista a partir de 41m45s da live transmitida ontem no canal do governo do Pará no Youtube:

No início de abril o governo do estado adquiriu 75 mil comprimidos de azitromicina e 90 mil de hidroxicloroquina que foram distribuídos para os 11 hospitais regionais do Pará, unidades municipais e também para hospitais particulares, segundo o site da Agência Pará.

O governador Helder Barbalho chegou a visitar o centro de distribuição de medicamentos onde numa das fotos aparece segurando uma caixa de hidroxicloroquina.

“Nós estaremos distribuindo os tratamentos não apenas para os hospitais e unidades estaduais, mas também colaborando com as unidades privadas e com os municípios para que toda a nossa população, no caso de necessidade do tratamento, possa ter acesso a estes medicamentos”, afirmou Helder na época.

No site do Ministério da Saúde sobre o novo protocolo, assim como no Pará, fala do uso da cloroquina ou do sulfato de hidroxicloroquina associados à azitromicina.

“O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (20) as orientações para ampliar o acesso de pacientes com COVID-19 ao tratamento medicamentoso precoce, ou seja, no primeiros dias de sintomas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento traz a classificação dos sinais e sintomas da doença, que pode variar de leve a grave; e a orientação para prescrição a pacientes adultos de dois medicamentos associados à azitromicina: a cloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina. A escolha do melhor tratamento para a doença pode variar de acordo com os sinais e sintomas e a fase em que o paciente se encontra. Esses dois medicamentos já eram indicados para casos graves, hospitalizados.”, diz no site.

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