DENÚNCIA

Usuários denunciam que ônibus da linha Médici-Presidente Vargas pararam de circular

Usuários dos ônibus que cumprem a linha 547, a Médici-Presidente Vargas, da empresa Belém Rio, voltam a reclamar contra a falta de coletivos nas imediações da Rua da Mata e do Conjunto Médici, que ficam no bairro da Marambaia, em Belém, capital paraense. Segundo eles, sem dar explicações aos usuários, há cerca de três meses, a linha parou de circular 100%. Porém, ela já estava irregular, com poucos ônibus circulando e levavam pelo menos uma hora para passar, desde que a pandemia da covid-19, que oficialmente começou no Pará dia 18 de março.

A Prefeitura de Belém, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), afirma que a linha não foi cancelada e fiscaliza a empresa. Caso comprovada alguma irregularidade na prestação do serviço, irá tomar as medidas necessárias para o pronto restabelecimento.

A reportagem esteve no final da linha da empresa Belém-Rio, mas nenhum trabalhador da empresa quis comentar a situação. O final da linha Médici-Presidente Vargas chegou a sair da Rua da Mata para a rua Santarém com a rua Cafezal, no Conjunto Médice I, na Marambaia.

Por volta das 10h da última quarta-feira não havia nenhum ônibus da linha Médici-Presidente Vargas, e somente da linha Sacramenta Nazaré e Telégrafo, que pertencem à mesma empresa.

No entanto, moradores do Conjunto Médici I e que dependiam da linha afirmam que ela parou de circular 100% e nenhuma justificativa oficial foi dada aos usuários, que agora precisam pagar dois ônibus para chegarem mais próximo do bairro de São Brás, pois nem o Sacramenta Nazaré nem o Telégrafo fazem esse trajeto.

“Desde o início da pandemia, o Médici já não circulava direito. Agora, há pelo menos três meses, parou de circular, nem no final da linha o ônibus existe. A gente está sofrendo e ninguém nos dá nenhuma explicação sobre o que acontece e como será resolvido. O prejuízo maior é que pra gente chegar em São Brás temos que pegar dois ônibus, ou seja, pagar duas passagens de ônibus e isso aumenta muito nossos gastos. Sem falar que o Telégrafo passa só de uma em uma hora”, reclama Eliana Silva, 44 anos, que é estudante e mora no Conjunto Médici I.

Na família dela essa a situação prejudica ainda mais a filha e o esposo, já que eles precisam se deslocar todos os dias para a área de São Brás. “Para pegar o Marambaia Ver-o-Peso tem que andar muito, porque ele passa lá pra rua Rodolfo Chermont e fica perigoso. Então, eles têm que pegar aqui no conjunto o Sacramenta Nazaré, descer na avenida Almirante Barrosos, pegar outro ônibus para chegar em São Brás. Quando tinha o Médici a gente ia direto pra São Brás, pro Terminal Rodoviário, pra avenida Duque e outras proximidades por onde o Médici passava”, afirma a estudante.

Outro morador e usuário de ônibus que se sente prejudicado pela falta da linha Médici-Presidente Vargas é o professor Xavier Batalha, 59 anos, que mora no lugar há seis meses e apanha ônibus diariamente. Para ele, aos domingos, principalmente, a situação é de calamidade.

“Desde o início da pandemia, eles foram desaparecendo e agora vivemos no caos. Todos os moradores daqui se sentem prejudicados pela falta da linha, porque aos domingos, por exemplo, só tem ônibus a partir das 9h30 e circulam até 20h. Quem precisa de deslocar com veículo por aplicativo ou táxi ou andar muito lá para avenida Pedro Álvares Cabral. Aqui só tem Sacramenta Nazaré, D.Jalma Dutra e Telégrafo. O Médici foi extinto. E o cidadão tem que gastar cada vez mais. Já fiz reclamação para a Belém-Rio e Semob, mas continua do mesmo jeito”, reclama o professor Xavier.

O serviços gerais, Reginaldo Lima, 50 anos, que também mora no conjunto, conta que a linha Médici-Presidente Vargas ficou sem circular, depois voltou e parou.

“A linha faz mais falta para quem estuda e trabalha pela área que ele passava, em São Brás. Mas tinha dia que eram poucos passageiros e acho que não estava dando lucro. Agora os ônibus daqui vão tudo para o lado do Ver-o-Peso. Eu lembro que essa linha era muito boa e fui até cobrador nela, mas sai porque ocorria muito assalto e descontavam no meu salário”, conta Lima, que mora há 48 anos no Conjunto Médici.

Em nota, a Prefeitura de Belém, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), garantiu que não procede a informação sobre o cancelamento da linha Médici-Presidente Vargas.

“Ela sofreu, sim, uma baixa no número de viagens desde o período auge da pandemia, quando houve uma franca redução de demanda. E mais recentemente a empresa teve vários de seus veículos retirados de circulação para manutenção por determinação da Semob”.

Mas, ainda segundo a Semob, “apesar da redução do quantitativo de veículos, que reflete em um maior intervalo entre viagens, a linha continua operando de forma regular”.

Diante da denúncia da população, a Semob diz que encaminhou ainda na manhã desta quarta-feira (9), uma equipe de fiscalização à empresa operadora do serviço para verificar a situação e, “se comprovada alguma irregularidade na prestação do serviço, irá tomar as medidas necessárias para o pronto restabelecimento”, afirma a Superintendência.  

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) foi contactado, e ainda não se manifestou sobre a situação.

Fonte O Liberal

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