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No Dia do Enfermeiro, servidores relatam os desafios da profissão no combate à Covid-19

O pedido, quase que como um apelo, veio um tanto embargado, em meio a lágrimas. Ela dizia: “Se cuidem e cuidem do amor de vocês”. Ana Carolina da Silva, 31 anos, trabalha como enfermeira na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Una. Hoje, 12, no Dia Mundial da Enfermagem e Dia do Enfermeiro, a servidora conta como tem sido exercer uma das profissões que fazem a diferença no mundo, sobretudo, em um cenário de pandemia.

“Não tem sido uma luta fácil, ao mesmo tempo em que estamos na linha de frente, cuidando daqueles que mais precisam, temos que enfrentar a saudade da família. Logo que tudo isso começou, meus pais e avós foram embora para o interior. Estou há dois meses sozinha em casa, chego do trabalho e não tenho mais o calor da minha família. Não vejo a hora disso tudo passar para beijar e abraçar minha mãe, meu pai, minha irmã”, contou a enfermeira emocionada.

Assim como Ana Carolina, muitas vozes na área da enfermagem gostariam de ser ouvidas. Vozes que têm sido incansáveis nesta batalha contra a Covid-19 ou contra qualquer outra enfermidade, seja nas unidades de saúde ou nos hospitais, e que estão sempre dispostas a se dedicar ao próximo. Neste cenário, a escolha pela profissão tem mostrado para Mercia Raiol, 26 anos, servidora na ESF Canal do Pirajá, a dor e o amor que é ser enfermeira, e o quão importante é cuidar do próximo, abdicando, muitas vezes, de momentos com outro bem maior, que é a família.

“Este é o momento em que a nossa profissão mais exige de nós, pois tem sido muito doloroso ver os pacientes graves, que não resistiram ou que estão muito debilitados. Quando voltamos para casa ficamos com medo de contaminar nossos familiares. Não posso abraçar e nem dar carinho para minha filha, e isso é muito triste. Mas, mesmo diante de tudo isso sei o quanto posso fazer a diferença no meu trabalho e, todos os dias, busco tratar meus pacientes da melhor forma possível. Este vírus que estamos enfrentando é muito devastador e está levando muitas vidas, mas estamos aqui para fazer a diferença”, conta Mercia, que atua na área há cerca de um ano.

Em tempos de pandemia, estes profissionais que estão na linha de frente dos atendimentos de saúde merecem ter sua importância reconhecida. O titular da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), da Prefeitura de Belém, Sergio Amorim, destaca a imensa gratidão pelos enfermeiros que tem se dedicado a cuidar incansavelmente do próximo. “Neste momento tão difícil pelo qual todos estamos passando, quero estender a minha gratidão pelo empenho e pelo compromisso destes profissionais, que são verdadeiros heróis nesta batalha, sempre a postos para atender a população. São seres humanos que lutam com bravura e que merecem ser valorizados”.

Na prática, ser enfermeiro vai além de cuidar diretamente dos pacientes em diferentes níveis de gravidade. É um trabalho de doação. Mas hoje, eles só fazem um pedido: “O que eu mais peço é que as pessoas fiquem em casa e só saiam se realmente for necessário. Nós precisamos trabalhar, pois somos importantes nessa luta para auxiliar, orientar e notificar pessoas sintomáticas. Somos apaixonados pela arte da cuidar. Nosso amor pela enfermagem nos faz criar forças que não sabemos de onde vêm, e que é fundamental neste momento”, relata Ana Carolina.

Fonte Agência Belém
 

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