OPINIÃO

As minas de ignorância e os exploradores da miséria

Texto Alejandro Segovia

Temos no Pará, um coronelismo vigente e antigo, um poder centralizado em uma família que é tão temida quanto adorada pela massa ignorante. Quem não possui uma situação econômica avantajada, não tem tempo para estudar o exercício da democracia, pois está preocupado em pagar contas, comer; sobreviver. E é justamente essa massa que é atrativa em época de eleição pois é maioria; esta se contenta com migalhas para votar em candidatos com uma fibra moral duvidosa.

A velha política do “rouba mas faz” ainda impera não só no Pará, mas no Brasil inteiro, e a massa por ser imediatista, bem seja por uma cosmo visão limitada ou necessidade, sempre vai preferir os agrados em época de eleição para vender seu voto. Não pensam que uma gestão ruim poderia piorar sua situação, pois quem se submete a tal processo, precisa de comida para hoje e não daqui à 2 ou 4 anos.

A necessidade do povo transforma-se em capital político barato, e dando suficientes migalhas, um político mesmo despreparado ou corrupto, torna-se adorado pelas massas e assim, a corrupção que vem desde os setores mais periféricos da sociedade, ascendente de forma maquiavélica ao topo da pirâmide governamental.

O problema, como já foi deixado claro, não faz parte apenas dos macroadministradores dos poderes no Brasil. Corrupção, despreparo e cinismo por parte dos políticos são sintomas, mas a causa é mais profunda e já faz, infelizmente, parte da estética paraense, brasileira e até latina.

O exercício da democracia só é tão efetivo quando a educação do povo que a exerce. E se sua moralidade é flexível e a do seu próximo também, não espere que políticos se tornem os paladinos da ética e moral, já que, o poder na atual República, vem de baixo para cima, e se há péssimos políticos no executivo e legislativo, precisamos nos olhar no espelho e reconhecer que os que falharam fomos nós.

Apenas combatendo a miséria tanto socioeconômica, como intelectual; poderíamos nos livrar deste neo-feudalismo às avessas, mas isto paradoxalmente, só pode ser feito de forma mais efetiva ou rápida por quem está no poder, e tais políticos tendo conquistado seus votos através da ignorância, nunca estarão dispostos à melhorar a qualidade do eleitor. Assim, a oportunidade de melhorar, fica apenas nas mãos da massa, e desta situação nasce uma manutenção orgânica e coletiva do status quo, pois infelizmente não há até agora, indícios de melhora na massa no quesito político.

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