Profissionais que trabalham com a produção de eventos em Belém fazem críticas à Prefeitura sobre a ausência de um protocolo de retomada da categoria. Suspenso por conta da pandemia de Covid-19, os shows de grande porte na capital ainda não tem data para retomar.
Os produtores alegam que houve várias reuniões entre profissionais e poder público para tratar o assunto mas, até o momento, nada foi definido.
O portal G1 entrou em contato com a Prefeitura de Belém para comentar o assunto mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.
Sem justificativa – Segundo os produtores de eventos, não há justificativa para a Prefeitura manter a suspensão dos shows em Belém. De acordo com Nazza Júnior, diretor de uma produtora da capital, as empresas responsáveis pelos eventos de grande porte em Belém possuem condições de realizar eventos seguros, com os protocolos sanitários exigidos. Ele conta que algumas propostas já foram enviadas à Prefeitura, mas nenhuma foi aprovada.
“Não existe uma alegação concreta da Prefeitura para não liberar. Algo muito incoerente, que chega até a revoltar. Enviamos à Prefeitura protocolos elaborados seguindo referências nacionais e internacionais, com vários processos a serem tomados. A gente sente que a nossa categoria está sendo esquecida. Sabemos que há, com certeza, condições sanitárias para a realização de shows na capital”, afirma Nazza.
Situação delicada – Segundo o empresário, as produtoras de evento vivem uma situação financeira delicada desde o início da pandemia, em Belém. Nazza conta que muitas empresas do ramo fecharam as portas, causando a demissão de milhares de pessoas, entre elas garçons, seguranças e técnicos, que dependiam dessas atividades.
“No início da pandemia, ainda tiveram os boom das lives. Algumas produtoras locais chegaram a fazer várias lives, o que foi duplamente positivo, já que arrecadamos patrocínios e alimentos, que ajudaram a categoria. Agora a situação ficou mais complicada, as lives ficaram saturadas. Estamos chegando num momento de desespero. Não tem mais como adiar. Nós precisamos trabalhar”, afirma.
“Um evento pra ser colocado em prática, ele depende de milhares de pessoas. Muita gente está desamparada. São milhares passando necessidade”, explica Nazza.
Incoerente – Outro ponto criticado pela categoria é o que o Nazza Júnior chama de “falta de coerência” por parte da Prefeitura. Segundo ele, a abertura de bares, restaurantes e espaços públicos na capital são exemplos que os shows podem ser liberados, sem maiores problemas sanitários.
“A gente não é contra os outros setores da economia que já têm a abertura autorizada, mas queremos que o nosso seja liberado também. Eles dizem que não podemos funcionar para não colapsar o sistema de saúde, mas o que vemos hoje são os hospitais sendo desmontados. A gente se sente numa cilada. Isso não tem justificativa”, lamenta.
Fonte: G1 Pará