Exatamente um mês depois do governador Helder Barbalho ter anunciado, em pronunciamento feito por live, o “licenciamento” de Alberto Beltrame da Secretaria de Saúde do Pará (Sespa-PA), na edição extra do Diário Oficial do Estado, do dia 31 de julho, sexta-feira, na página 11, está publicada a exoneração definitiva de Beltrame.

Há um mês, por meio de vídeo, o governador disse que Beltrame estava se “licenciando” do cargo, deixando subentendido se era um afastamento provisório ou uma forma suave de dizer afastamento definitivo. A exoneração foi concretizada e Beltrame deixa em definitivo o governo Helder Barbalho.
Para substituir Beltrame, Helder manteve, ainda que na interinidade, o policial federal Rômulo Rodovalho Gomes, que já estava respondendo pelo cargo de titular da Sespa-PA. Antes, Rodovalho era o secretário adjunto de Gestão Operacional da Secretaria de Estado de Saúde.
Beltrame – Alberto Beltrame é gaúcho e foi trazido ao Pará por Barbalho para gerir a saúde no Estado. Mas veio a pandemia do novo coronavírus e Beltrame acabou por se envolver em negociações nebulosas, em especial, a da compra, por meio da empresa SKN do Brasil, de 400 respiradores chineses, em operação de mais de R$ 50 milhões. Os respiradores se mostram inservíveis e foram devolvidos.
A operação dos respiradores não passou incólume pelas investigações da Polícia Federal, que deflagrou a operação Para Bellum, em junho passado, que teve como alvos a sede do Governo do Pará, a sede da Sespa, além as casas de Helder Barbalho, de Beltrame e do secretário adjunto da Sespa, à época, Peter Cassoll, que veio junto com Beltrame do Rio Grande do Sul ao Pará, para também trabalhar na Sespa-PA.
Na semana seguinte, a Polícia Federal também fez busca e apreensão em dois imóveis de Beltrame no Rio Grande do Sul. A mansão super luxuosa, em um condomínio em uma praia, e muitas obras de arte em um apartamento do ex-secretário foram revelados.
Conass – Beltrame, depois de todos esses escândalos, renunciou à presidência do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), cargo para o qual havia sido reconduzido no início de 2020.
À época, ele publicou a seguinte nota: “Tomei esta decisão para poder cuidar de minha saúde e me dedicar à defesa do meu maior patrimônio: a minha honra e dignidade. Durante a pandemia, em nome do Conass, apelei diversas vezes ao Ministério da Saúde para que assumisse sua função de centralizar, comprar e distribuir equipamentos, insumos e medicamentos para salvar vidas durante a pandemia”, afirmou Beltrame.



