REGIONAL

2 de agosto: há 46 anos uma baleia era encontrada em Barcarena

No dia 2 de agosto de 1974, um filho de imigrantes italianos, chamado Genaro Apollaro, embarcou numa canoa a remo para cuidar de um forno de fabricação de carvão. Enquanto seguia, avistou um esguicho de água saindo do rio.

Desconfiou que fosse um boto, mas pelo tamanho seria outro animal marinho. Genaro retornou pra casa e contou sobre o que viu aos vizinhos. Na tarde do mesmo dia, os pescadores travaram uma batalha contra a baleia.

Mesmo ferido, o mamífero foi conduzido para o porto da residência de Genaro, amarrada pela cabeça e a cauda. Depois de morta e discussão entre os pescadores, Genaro resolveu levá-la para Barcarena, já no dia 03, segundo o historiador Luiz Guimarães.

Enquanto a caçada e a morte da baleia ocorriam no Arrozal, na sede do município já corria a notícia. Em pouco tempo, em Belém, os jornais já comentavam o acontecimento. No sábado, dia 3 de agosto, estavam todos ali para ver a primeira e única baleia que foi encontrada naqueles rios de água doce.

Moradores estavam ali, às margens do rio Mucuruçá, para ver a baleia. Para noticiar os fatos, a imprensa estavam em peso com radialistas e jornalistas da capital paraense, quando todos souberam de fato da informação, no dia 04, quando saiu no jornal.

Depois que a baleia chegou ao porto da cidade, foi arrastada para a rua fronteira à praça principal. Ali, foi retalhada e distribuída para a população.

Quem estava por ali vendo tudo e já formulando em sua cabeça uma canção, foi Joaquim de Lima Vieira, o Mestre Vieira (1934-2018). Com sua guitarra, e na voz de Dejacir Magno, surgiu a lambada da baleia, em 1979, muito conhecida pelos barcarenenses.

REF: Eu vou, eu vou com minha turma esperar na areia. Vamos todo mundo ver, a chegada da baleia.

– Em Barcarena, foi um grande feriado; tudo pra ver essa baleia falada. Foi tanta gente pra pegar ela no mar, mas pra por ela em terra, o trator veio arrastar.

– Quanta canoa, quanto carro e avião. Tantos fotógrafos da rádio e televisão. Com tanta carne espalhada pelo chão, todos saiam de lá com seu pedacinho na mão.

O grande Genaro que avistou a baleia, faleceu em 23 de agosto de 2017. Mestre Vieira em 02 de fevereiro de 2018.

Fonte: Livro Barcarena, cidade da gente – estudos regionais fundamental I

Fotos: arquivo Luiz Guimarães, família Apollaro, Jornal “A província do Pará”.

Fonte Jornal Barcarena

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