Pinduca, rei do carimbó, compõe músicas para a COP 30 e celebra título de Patrimônio Cultural do Pará
Um dos artistas mais importantes da música popular brasileira, o paraense Pinduca foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará pela Assembleia Legislativa do Estado. Aos 87 anos e com mais de seis décadas de carreira, o “rei do carimbó” está trabalhando em quatro músicas inéditas sobre a Amazônia e o meio ambiente para apresentar durante a COP 30, que será realizada em Belém em 2025. Com vitalidade e paixão pela música, ele segue fazendo shows, lançando discos e reforçando seu compromisso com a valorização da cultura amazônica. “A Amazônia é o pulmão do mundo. E o carimbó é a alma dessa floresta”, afirma o mestre.

A cidade de Belém se prepara para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, um dos eventos mais relevantes da atualidade no enfrentamento da crise climática. E ninguém melhor para representar a força cultural da Amazônia do que Pinduca, símbolo da música paraense e defensor dos valores e tradições regionais. O artista está compondo quatro novas músicas especialmente para o evento, com letras que falam da floresta, dos povos amazônicos, da preservação ambiental e da importância do conhecimento tradicional.
“O mundo precisa conhecer a Amazônia pelo que ela tem de mais bonito: sua natureza e sua cultura. E o carimbó é a nossa voz”, declara Pinduca, que já lançou mais de 30 discos ao longo da carreira e influenciou gerações de artistas no Pará e no Brasil.
Com uma trajetória marcada pela inovação, Pinduca foi responsável por popularizar o “carimbó moderno”, ao incorporar instrumentos eletrônicos, metais e novos ritmos à tradição musical herdada de indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Seu estilo criou uma identidade própria e tornou-se sinônimo de festa, dança e resistência cultural.
A relevância de sua obra foi reconhecida pela Assembleia Legislativa do Pará, que aprovou por unanimidade o projeto de resolução declarando Pinduca como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. A homenagem não apenas reconhece a contribuição do artista à música, mas também reforça o valor da cultura popular como elemento essencial da identidade paraense.
“Eu já sabia que meu trabalho era do povo. Agora é do Estado também. Fico muito feliz”, disse o artista, emocionado com a homenagem. “A cultura é o que nos mantém vivos, unidos. E minha missão é cantar o que o povo sente”.
Mesmo próximo dos 90 anos, Pinduca mantém uma rotina ativa: participa de shows, gravações, entrevistas e encontros culturais. Ele anunciou que deve lançar até 15 músicas novas ainda este ano, muitas delas inspiradas na Amazônia e nos debates globais sobre sustentabilidade. Segundo o artista, seu objetivo é contribuir para que a COP 30 tenha a cara e a voz da Amazônia.
“Estou preparando músicas que falam da natureza, dos rios, dos animais, das comunidades que vivem em harmonia com a floresta. Quero mostrar que a Amazônia tem uma cultura viva, rica, alegre e cheia de sabedoria”, afirmou. Ele também planeja lançar videoclipes com cenas gravadas em regiões de floresta e comunidades tradicionais do interior do Pará.
Com seu carisma, Pinduca se tornou um embaixador cultural da Amazônia. Ao longo da carreira, compôs clássicos como “Vamos Farrear”, “Sinhá Pureza” e “Garota do Tacacá”, que se tornaram hinos da música paraense. Sua discografia é uma verdadeira celebração dos ritmos tradicionais da região, como o carimbó, a siriá, o lundum e o banguê.
O reconhecimento como Patrimônio Cultural reforça seu legado e o coloca ao lado de outros grandes nomes da cultura brasileira. Mas, para Pinduca, a maior recompensa é o carinho do público: “Enquanto tiver forças e inspiração, vou continuar levando alegria com a minha música. A cultura da Amazônia merece ser ouvida no mundo inteiro. E a COP 30 é uma oportunidade única para isso”.