Já vai completar um mês da agressão contra a diretora de operações e logística do Remo, Valeny Silva, após o segundo RE-PA da final do Parazão, disputado na Curuzu. O coordenador de segurança do Paysandu, Luciano Mendes, acertou um soco no diretor de base azulino, Marcelo Bentes, e depois agrediu a diretora do rival.
Passado todo esse tempo, o clube Paysandu não se pronunciou, não tomou nenhuma providência ou medida contra quem cometeu a agressão e muito menos formalizou um pedido de desculpa não só a Valeny Silva, como a todas as mulheres vítimas de agressão. Somente a Diretoria da Mulher do Paysandu, divulgou uma nota repudiando o ato, mas apenas uma semana depois, e dizendo que tudo seria esclarecido nos próximos dias. Quando?
O Clube segue calado diante dessa situação, se escondendo por trás do ego e não querendo reconhecer o erro grave de um funcionário seu. O mesmo clube que criou uma Diretoria pra Mulher no Agosto Lilás de 2021, mês de combate à violência contra mulher, que agora, ironicamente, segue tentando passar o pano em um caso de agressão que aconteceu sob as lentes da imprensa e dentro de suas dependências. Está lá tudo documentado e filmado, não tem porque “analisar”.
Será que o Paysandu e sua diretoria não seguem o próprio discurso, que inclusive, está estampado em pinturas na Curuzu?
Ou será que as mulheres da Diretoria do Paysandu só são feministas por conveniência? Cadê a sororidade? O “ninguém solta as mãos das manas”?
Ano passado foi louvável quando o Paysandu distribuiu absorvente para torcedoras do Clube, em resposta ao veto do Governo Federal de um projeto de lei para distribuir absorventes para mulheres carentes. Mas aquela ação foi genuína ou foi apenas mais uma politicagem? Um lacre apenas?
O Paysandu vai ter que escolher: se tem suas ações sociais genuínas ou por interesses e lacres. O que aconteceu com , Valeny Silva e tantas outras mulheres não pode ficar impune. E isso está acima de escudos e clubismo.
