
O Mercado de São Brás, um dos patrimônios históricos de Belém, se prepara para se tornar um dos principais centros gastronômicos da cidade. Com inauguração prevista para junho, o espaço abrigará restaurantes renomados, bares, cafeterias e as tradicionais boieiras, garantindo diversidade culinária e inovação.
Entre os nomes confirmados estão estabelecimentos de destaque na gastronomia paraense, como Casa do Saulo, Ver-o-Pesinho, Marujos e Sambar, Seu Beja, Fábrica de Gin e Garraferia, André Lanches, Ice Bod, Matinta Café e Café Tambatajar, Santê Saudável, Donato e Santo Boteco. Além deles, 24 boieiras darão um show à parte, mantendo viva a tradição da comida regional servida de forma autêntica e acessível.
O projeto do novo Mercado de São Brás recebeu um investimento total de R$ 150 milhões, sendo R$ 90 milhões do Governo Federal, por meio da Itaipu Binacional, e R$ 60 milhões da Prefeitura de Belém. A administração do espaço ficará a cargo do Instituto Amazônia Azul, que terá concessão por 20 anos.
Gastronomia para todos os públicos
Segundo o presidente do Instituto Amazônia Azul, Paulo Uchoa, o espaço foi planejado para atender diferentes perfis de consumidores, desde os que buscam alta gastronomia até opções mais populares.
“Teremos espaços sofisticados, intermediários e populares, garantindo diversidade e inovação. A maioria dos locatários são empresários do Pará, selecionados com critérios que priorizam regionalidade e expertise”, explicou Uchoa.
Novo polo cultural e turístico
Além de ser um ponto de referência gastronômico, o Mercado de São Brás contará com livrarias, galerias de arte, exposições, um centro de convenções e um restaurante panorâmico. O projeto arquitetônico, assinado por Aurélio Meira, se inspirou em grandes mercados internacionais, como o Mercado do Bolhão, em Portugal, e o Mercado Municipal de São Paulo, adaptando o conceito para a realidade de Belém.
“O objetivo foi trazer o melhor desses mercados para a tradição do Mercado de São Brás, resgatando sua importância histórica e cultural”, destacou Uchoa.
Um patrimônio histórico renovado
Projetado pelo arquiteto italiano Filinto Santoro e inaugurado em 1911, o Mercado de São Brás é um dos símbolos da época áurea da borracha. Com estilo arquitetônico que mescla art nouveau e neoclássico, o espaço sempre teve papel estratégico no comércio e na logística da cidade.
O historiador Marcos Valadares, mestre em História Social pela UFPA, destaca a relevância da revitalização.
“O Mercado de São Brás sempre esteve ligado ao crescimento de Belém. Agora, ele ganha um novo papel, mantendo suas raízes, mas se transformando em um grande polo turístico e gastronômico.”