Apesar da rapidez na detecção do caso de vaca louca em uma propriedade do município de Marabá, no Sudeste do Pará, e confirmação, posteriormente, que se tratava de um caso atípico, as exportações paraenses de carne bovina já sentiram o reflexo da proibição da venda para China e outros países.
Dados do Ministério do Comércio Exterior mostram que em fevereiro deste ano, quando se descobriu o caso de vaca louco no estado, as exportações paraenses de carne bovina alcançaram U$29.047.930, no mesmo mês de 2022, as exportações haviam alcançado a cifra de U$71.227.002. Uma queda de 41%.
Os reflexos ainda devem impactar nos dados do mês de março. Na última quinta-feira, 02, além da China, Tailândia, Irã e Jordânia suspenderam as importações de carne bovina de todo Brasil, e a Rússia apresentou embargo à carne exportada do Pará.
A boa notícia é que até semana que vem o mercado de exportações de carnes do Pará à China deve estar normalizado, segundo o presidente da Aliança Paraense pela Carne, Francisco Victer.
Segundo Victer, o primeiro passo depois da confirmação é o Mapa notificar a OMSA quanto ao resultado do exame, para que a entidade ratifique o status sanitário do Brasil, atestando que o país tem risco insignificante para o mal da vaca louca. Em conversa com a reportagem, o presidente do Sindicato das Carnes e Derivados do Pará (Sindicarne), Daniel Freire, confirmou que o relatório já foi repassado ao Ministério, que trata do restante dos trâmites junto à Organização Mundial.
“Todas as informações, desde a notificação do caso até as providências tomadas pela Adepará [Agência de Defesa Agropecuária do Pará] e o Mapa e a ratificação da Organização, são fechadas em um inquérito, que será apresentado às autoridades chinesas, em esclarecimento, como já é de praxe. E é isso que determina o restabelecimento das importações por parte da China”, explica Francisco Victer.