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Estudo mapeia ilhas de Belém e revela mudanças ambientais e socioeconômicas

Pesquisa identifica transformações no território das ilhas de Cotijuba, Mosqueiro e Caratateua (Outeiro) e os impactos do crescimento urbano.

Pesquisadores divulgaram uma nova edição do Boletim das Ilhas, estudo que reúne informações sobre a dinâmica ambiental, territorial e socioeconômica das ilhas que compõem Belém do Pará. O levantamento busca ampliar o conhecimento sobre esses territórios, fornecendo dados para planejamento e tomada de decisões sustentáveis.

O estudo é conduzido pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e inclui mapas detalhados sobre relevo, uso da terra e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa avalia a transformação dessas áreas ao longo dos anos, considerando aspectos físicos e sociais.

Características das ilhas mapeadas

O boletim, iniciado em 2024, já chegou à terceira edição, com análises sobre as ilhas de Cotijuba, Mosqueiro e Caratateua (Outeiro). Em breve, será lançada uma nova edição com informações sobre as ilhas do Combu e Ilha das Onças.

  • Cotijuba: Possui 16 km² e registrou crescimento urbano significativo nos últimos anos. Com a construção do trapiche de Icoaraci em 2000, a ilha passou a receber maior fluxo turístico, alterando sua economia, antes baseada na agricultura e no extrativismo. Entre 2001 e 2023, a área urbana quase dobrou, passando de 2,24 km² para 4 km². Um aspecto relevante identificado pelo estudo foi a “região dos lagos”, uma área de 1,48 km² com características ambientais distintas do restante da ilha.
  • Mosqueiro: Com 213 km², é a maior ilha de Belém, representando 20% da área do município. A economia da região envolve turismo, pesca, agricultura e extrativismo. Nas últimas décadas, a área urbana cresceu de 5,92 km² para 10,16 km², resultando na redução da floresta densa, que passou de 148,25 km² para 136,69 km². No entanto, houve crescimento de vegetação secundária, considerada importante para a manutenção da biodiversidade local.
  • Caratateua (Outeiro): Com 31 km², apresenta uma dinâmica populacional conectada à área continental de Belém. Ao contrário de outras ilhas, seu fluxo de pessoas não se restringe ao turismo, pois muitos moradores trabalham e estudam na cidade. O estudo também destacou a ausência de estabelecimentos agrícolas, uma mudança em relação ao passado, quando a ilha era ocupada por comunidades voltadas à agricultura de subsistência. Entre 2002 e 2023, a área urbana cresceu de 3,93 km² para 6,50 km², enquanto a floresta densa diminuiu de 15,97 km² para 15,51 km².

Planejamento e sustentabilidade

A pesquisa aponta desafios para a sustentabilidade ambiental, principalmente devido à expansão urbana e à crescente demanda por infraestrutura. O estudo ganha relevância em um momento em que Belém se prepara para sediar a COP 30, conferência internacional sobre mudanças climáticas programada para 2025.

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