
Os corpos das duas últimas pessoas desaparecidas no naufrágio em Belém foram encontrados na manhã desta terça-feira (11) pelo Corpo de Bombeiros, encerrando uma busca angustiante que durou dois dias. A tragédia ocorreu no último domingo (9), durante a travessia entre a ilha do Combu e a parte continental da cidade, e resultou na morte de três pessoas, além de deixar uma família em profundo luto.
Na segunda-feira (10), um dia após o naufrágio, o primeiro corpo foi encontrado, enquanto um bebê de apenas seis meses foi resgatado com vida, mas não resistiu e faleceu ainda no domingo (9). A criança, identificada pelos familiares como Marcos João, estava celebrando seu “mesversário” no dia do acidente, transformando uma data que deveria ser de comemoração e alegria em um momento de tristeza.
Os bombeiros relataram que os corpos foram encontrados separados por cerca de 200 metros um do outro, na ilha das Onças, também localizada na capital paraense, próxima à ilha do Combu. As identidades das duas últimas vítimas não foram reveladas pelos bombeiros, que apenas confirmaram que se tratavam dos últimos desaparecidos do naufrágio.
A Polícia Científica foi acionada para realizar a remoção dos corpos, que foram levados ao Grupamento Marítimo Fluvial, no bairro Pratinha, em Belém, para procedimentos legais.
Investigações revelam negligência e falta de autorização
A Marinha do Brasil informou em coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (10) que o barco envolvido no naufrágio não possuía habilitação. Além disso, o piloto da embarcação, um homem de 70 anos, também não possuía autorização para operá-la, segundo as autoridades. Suspeita-se que ele esteja entre as vítimas fatais.
A embarcação de pequeno porte transportava dez pessoas da mesma família quando afundou no rio Guamá. Surpreendentemente, nenhum dos passageiros ou o piloto utilizava colete salva-vidas, o que poderia ter contribuído para a gravidade da tragédia.
A Prefeitura de Belém afirmou que a rabeta utilizada não pertencia à cooperativa cadastrada pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), indicando uma possível irregularidade na utilização do transporte fluvial.
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente e determinar eventuais responsabilidades.