Professora paraense Roberta Macêdo discute a influência do “internetês” na comunicação durante entrevista à Jovem Pan
Professora paraense discute a influência da linguagem da internet na escrita e na fala durante entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan
A professora paraense Roberta Macêdo, conhecida por suas análises e correções sobre a língua portuguesa nas redes sociais, participou do programa Pânico, da rádio Jovem Pan. Durante a entrevista, abordou a influência da linguagem da internet, conhecida como “internetês”, na comunicação escrita e falada. Roberta conta com 593 mil seguidores nas redes sociais e costuma publicar vídeo descontraídos, interagindo com filhos e analisando erros de português, sobretudo de paraenses.
Macedo destacou que o uso de abreviações e reduções é comum na internet e não representa um problema quando restrito a esse ambiente. No entanto, a falta de distinção entre os diferentes contextos de escrita pode comprometer a clareza e a formalidade em determinados textos.
“Quando se fala em escrita, especialmente na internet, há o uso frequente de reduções, abreviações e uma linguagem que, idealmente, deveria permanecer nesse ambiente. Não há problema nisso, desde que se respeite o contexto adequado. O problema surge quando essa linguagem do internetês é trazida para o dia a dia e incorporada a qualquer tipo de texto escrito, sem critério”, disse.
A professora também comentou sobre a evolução da norma culta no Brasil. Segundo ela, a ideia de que a gramática normativa era exclusiva das elites já não se sustenta diante da atual composição social do país. Além disso, apontou como certas expressões acabam sendo incorporadas ao vocabulário oficial, alterando o uso da língua com o tempo.
“Hoje, há uma falta de respeito à gramática normativa, tanto na escrita quanto na fala, e isso ocorre de forma generalizada. A ideia de que a norma culta era exclusiva das elites já não se sustenta, se considerarmos quem compõe a elite brasileira atualmente. Curioso, não? Algumas mudanças acabam se consolidando. Agora falam “oitiva”, mas antes era “depoimento”. De tempos em tempos, novas expressões são criadas e adotadas”, explicou.
Outro ponto levantado foi a quantidade crescente de informações disponíveis na internet. Para a professora, a ausência de curadoria adequada dificulta a seleção de conteúdos relevantes, tornando o consumo de informação um desafio.
“A internet surgiu como um meio de comunicação e disseminação de informações, mas, com o tempo, houve uma distorção desse processo. Hoje, há um volume imenso de conteúdo, mas sem uma curadoria adequada. E quando não há seleção do que se consome, fica difícil saber o que fazer com tanta informação”, finaliza.
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